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Antes cauteloso com Bolsonaro, Zema passa a criticar a gestão da pandemia

Mudança ocorre no momento em que o governador mineiro foi obrigado a baixar medidas mais duras de restrição para tentar frear os casos da doença no estado

Por Eduardo Gonçalves Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 19 mar 2021, 00h03 - Publicado em 18 mar 2021, 11h47

Desde o início da pandemia, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), sempre se manteve distante dos demais governadores nas críticas à forma como Bolsonaro vinha conduzindo a pandemia de Covid-19. Ele não aderiu aos manifestos mais incisivos contra o presidente, como o que rebatia os dados divulgados sobre verbas federais neste ano e o que repudiava a participação dele em atos antidemocráticos em 2020. Nesta semana em que Minas se tornou o novo epicentro da pandemia de Covid-19 junto com São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul, no entanto, Zema saiu do muro e se somou às vozes das autoridades estaduais de que o país só chegou a este momento crítico por falta de coordenação nacional e pela lentidão na compra de vacinas.

“Só chegamos a esse ponto devido à falta de coordenação central desde o início da pandemia, um tratamento único para todo o Brasil, com linguagem e posição única à população. Uma comunicação mais esclarecedora e não ‘confundidora’, como aconteceu”, disse o governador, em entrevista à VEJA. Ele se referia à grande resistência da população em respeitar o isolamento social para frear o contágio do vírus. A partir desta quarta-feira, dia 17, todas as regiões de Minas entraram na “onda roxa”, que permite o funcionamento apenas dos serviços considerados essenciais e estabelece toque de recolher entre 20h e 5h por um período de quinze dias. “No ponto que estamos agora, não há muito o que fazer, a não ser nos unirmos”, acrescentou.

Zema também celebrou o fato do novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, ter diploma de médico, o que não era o caso do general da ativa Eduardo Pazuello. “É muito bem vindo um ministro que tenha origem na área da saúde, não desmerecendo um outro ministro. Mas é mais adequado. Eu até gostaria que tivesse uma lei que obrigasse o ministro da Saúde ser médico”.

O governo mineiro disse ainda esperar que o novo ministro, que ainda precisa ser formalizado no posto, “agilize” a vacinação no país – a “solução mais efetiva”, segundo ele. “Durante o ano de 2020, por falta de planejamento, o ministério da saúde não adquiriu contratos com desenvolvedores de vacina numa quantidade adequada ao país. O processo lento de vacinação, que por si só já seria ruim, ainda criou como efeito colateral um meio ambiente propício a novas variantes”, criticou Zema.

No anúncio na última terça-feira, Zema, que costuma ser contido nas palavras, elevou o tom para apelar à população sobre a necessidade das medidas preventivas. “Se não adotarmos essas medidas, esse número só tende a aumentar. É uma questão humanitária. Quem sai na rua desnecessariamente, quem faz aglomeração, na minha opinião, pode ser tachado de assassino”, disse ele.

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A VEJA, o governador afirmou que Minas enfrenta hoje uma situação de “colapso”, que “não há médicos no mercado” e que começou a receber avisos de falta de insumos básicos, incluindo oxigênio, de algumas cidades do interior do estado.”Eu posso dizer que tudo que era factível para manter o sistema de saúde foi feito. Mas, com esse novo vírus, não há sistema que comporte”, desabafou.

  • Leia também: Economia do Brasil sofre com gestão da pandemia e encolhe diante do mundo
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