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Alcolumbre sugeriu pagamento de mesada com dinheiro da Câmara

Diálogo revela pagamento de mesada durante dois anos a ex-funcionária do TJ a pedido de um desembargador

Por Hugo Marques Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 11 out 2021, 09h08 - Publicado em 10 out 2021, 11h21

No diálogo em que negocia o pagamento de uma mesada a uma ex-funcionária do Tribunal de Justiça do Amapá, revelado na última edição de VEJA, o então deputado federal Davi Alcolumbre (DEM), hoje presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, sugere que a fonte do dinheiro que ele destinava a Tatielle Pereira de Castro era a Câmara dos Deputados, com um “cartão” que ficava com seu chefe de gabinete.

O caso ocorreu em 2013. Alcolumbre estava atendendo ao pedido de um amigo, o desembargador Gilberto Pereira, do Tribunal de Justiça do Amapá (TJ), que precisava resolver uma questão pessoal com relativa urgência. Tatielle era funcionária da TJ,  trabalhou durante anos na órbita do desembargador, até que surgiram certos rumores sobre a natureza dessa proximidade, o que acabou resultando em sua exoneração. Para não deixar a ex-funcionária desassistida, o desembargador pediu ao senador que patrocinasse uma espécie de auxílio-desemprego para a mulher.

A ex-funcionária do TJ, no entanto, não foi contratada formalmente no gabinete de Alcolumbre e em nenhuma outra repartição do Legislativo federal. A Câmara dos Deputados informou a VEJA que Tatielle nunca foi funcionária de nenhum gabinete. “O nome citado em sua mensagem não consta nos registros da Câmara como ocupante de cargo de secretária parlamentar em nenhum período e gabinete”, informou a Câmara dos Deputados.

No áudio divulgado, o senador combina com Tatielle a melhor forma de realizar o pagamento da mesada. Tatielle diz a Alcolumbre que o pagamento dela seria feito durante dois anos, sem contracheque. “Nós temos aí vinte e quatro meses, né?”, diz a moça a Alcolumbre. O então deputado diz que a partir daquela conversa, em 2013, o pagamento, que estaria sendo feito ao marido dela, seria feito diretamente para Tatielle.

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“Eu posso depositar na tua conta?”, pergunta Alcolumbre. Tatielle concorda. “O meu chefe de gabinete lá, ele tem meu cartão (…) O meu pagamento cai dia 24, dia 25”, diz Alcolumbre. “Ele saca e paga minhas contas”, continua Alcolumbre. “Então, eu vou dar mais uma conta pra ele”. O diálogo não deixa claro se o chefe de gabinete de Alcolumbre retiraria dinheiro da conta parlamentar ou da verba de gabinete destinada a parlamentares ou da conta bancária pessoal do senador.

A assessoria de Alcolumbre informou a VEJA que o senador nunca teve nenhuma relação com Tatielle Pereira de Castro. Questionada se já conversou com Alcolumbre, Tatielle disse a VEJA que não se lembra: “O Amapá é pequeno, é natural que a gente se encontre com várias pessoas”, desconversou. Ela negou ter recebido dinheiro de Alcolumbre.

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RESPOSTA DO GABINETE DE DAVI ALCOLUMBRE SOBRE MATÉRIA:

O próprio áudio divulgado pela matéria deixa claro que a promessa de ajuda à sra. Tatielle Pereira de Castro seria apenas uma ajuda pessoal com recursos próprios para ajudar um apoiador diante da sua separação conjugal, e que não tinha qualquer relação com o desembargador citado, como de fato não tem.

Não é verdadeira a informação sobre suposta troca de favores porque, na época dos fatos (2013), a esposa do senador Davi Alcolumbre já trabalhava na Escola Judicial do Amapá há mais de três anos, cujo ingresso se deu por meio de processo seletivo. Portanto fica claro que nunca houve qualquer troca de favores. 

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