O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), tem um grande projeto de obras para serem executadas até o fim da gestão, no ano que vem. De olho na reeleição, o sucessor de Bruno Covas, falecido há quase dois anos, conta com 11,5 bilhões de reais em caixa para tirar do papel antigas promessas de gestores passados. Entre elas estão a construção de dois BRTs na Zona Leste, a região mais populosa da metrópole, além de corredores de ônibus, piscinões e a instalação de um programa de monitoramento da cidade com mais de 20.000 câmeras, chamado de Smart Sampa.
Representam obstáculos a esse plano as sucessivas interrupções de licitações pelo Tribunal de Contas do Município, algo que têm tirado o sono e a paciência do prefeito. Nunes vem dizendo que o órgão de fiscalização tem todo o direito e o dever de analisar os processos da cidade, mas que os longos prazos de suspensões atrapalham não apenas a gestão, mas a população paulistana.
Ele cita como exemplo o programa das câmeras. Em meio à crescente elevação de crimes contra o patrimônio, o Smart Sampa seria uma ferramenta importante na elucidação de muitos casos de violência. Para o TCM, porém, a licitação tem pelo menos dez irregularidades. Para tentar melhorar a relação da prefeitura com o Tribunal de Contas, Nunes escalou o ex-secretário da Saúde e ex-tucano Edson Aparecido, que tem feito reuniões com os conselheiros.
O atual prefeito de São Paulo não é o único a reclamar publicamente da morosidade e do excesso de alguns membros do colegiado, formado por cinco pessoas. João Doria (sem partido) e Fernando Haddad (PT) também travaram longas batalhas públicas com o órgão.