Viralizou na internet nesta terça-feira, 15, um vídeo em que um pastor aparece benzendo um arsenal de armas dentro de uma igreja evangélica de Curitiba, no Paraná. Na gravação, Renê Arian, líder da Igreja Agnus, aparece ungindo com óleo três pistolas, três revólveres, um fuzil e uma espingarda e dizendo que o ritual serve para que o arsenal proteja a população do que chama de “homens maus”.
“Senhor Deus, em nome de Jesus, nós ungimos essas armas para a segurança da nossa população de nossa cidade, Senhor. Nós pedimos que o Senhor venha nos guardar, venha nos proteger, através dessas armas”, diz Arian no vídeo.
“A Tua palavra diz: tudo o que ligares aqui na Terra terá sido ligado nos céus. E nós ligamos, através da unção com óleo, essas armas que serão para a nossa proteção, para guardar a população, em nome de Jesus, contra os homens maus. Para a glória, Deus e louvor, de seu nome, nós pedimos que o Senhor nos guarde, nos livre e nos proteja, em nome de Jesus. Amém e amém”, concluiu.
O ritual foi gravado pelo delegado Tito Barrichello, lotado na 2ª Delegacia de Homicídios da capital paranaense, na noite de sábado, 12. É ele, aliás, quem surge primeiro no vídeo, apresentando as outras pessoas que acompanham a benção na sala. Ao lado dele aparecem outra pastora, apresentada como Erlane, além também da delegada da 1ª Delegacia de Homicídios de Curitiba, Tathiana Guzella, e de um investigador, na gravação chamado apenas como “Cabelo”.
Procurado, Barrichello afirmou que as armas que aparecem na gravação são particulares e devidamente registradas. “As armas são particulares e registradas. A igreja fez o convite com base em passagens bíblicas, de que os escudos são ungidos. Foi em um sábado à noite, com a igreja vazia”, disse.
Em nota, o advogado de Barrichello negou que o delegado tenha cometido qualquer irregularidade e repudiou as críticas recebidas em razão do vídeo. “Em todo ato praticado pela autoridade policial bem como pelo pastor na situação relacionada à fé de ambos, não há conduta criminal, imoral ou falha administrativa relacionada à função e cargo que o mesmo ocupa”, diz o texto, assinado pelo advogado Igor José Ogar. “A manifestação das pessoas que criticam esse ato deve ser repudiada, já que temos que respeitar a fé e o credo de todos”, concluiu.