Promoção do Ano: VEJA por apenas 4,00/mês
Continua após publicidade

A fundação criada por Pochmann que desagradou os servidores do IBGE

Por 11 meses, IBGE paralelo foi mantido em sigilo

Por Ricardo Ferraz Atualizado em 20 set 2024, 18h58 - Publicado em 20 set 2024, 18h49

O presidente do IBGE, Marcio Pochmann, despertou a ira dos servidores do órgão ao criar uma fundação de direito privado, a IBGE+. A nova autarquia foi mantida sob sigilo durante nove meses e só veio a se tornar pública depois da publicação de seu estatuto, no primeiro ofício de notas do Rio de Janeiro. O vazamento da informação causou um pandemônio no Instituto, já que a iniciativa é vista como a criação de um IBGE paralelo, sem que suas definições estejam totalmente claras no documento de seu lançamento.

A descoberta motivou uma manifestação da ASSIBGE, sindicato da categoria de servidores, que está marcada para a próxima quinta-feira, 26, na sede do órgão no centro do Rio. “O ato exigirá que o presidente do IBGE, Márcio Pochmann, altere o comportamento autoritário que tem marcado suas ações recentes e estabeleça um real processo de diálogo com os servidores em relação às diversas alterações em curso no Instituto”, diz a mensagem de convocação dos servidores. 

Embora seja uma entidade de direito privado, a IBGE+ será subordinada ao Governo Federal e o caberá ao IBGE fornecer apoio administrativo para o início de suas atividades. No estatuto fica claro que a nova autarquia terá responsabilidades que hoje cabem ao próprio IBGE, como instaurar e gerir o núcleo de inovação tecnológica, dar apoio à pesquisa estatística e geográfica, criar premiações, capacitar os quadros técnico e cuidar do museu do Instituto, entre outras atribuições.

Em se tratando de uma fundação de direto privado, no entanto, a IBGE+ poderá contratar funcionários por CLT, fora do regime de servidores públicos e não precisa seguir a mesma política de remuneração dos funcionários que gozam de estabilidade no cargo e regime próprio de trabalho. Os quadros contactados por VEJA temem que a empresa possa substituir a mão de obra do órgão e ficaram extremamente incomodados de ver uma iniciativa como essa partir de Pochmann, que é do PT.

Continua após a publicidade

A ASSIBGE também se preocupa com mudanças no estatuto do IBGE que o presidente já anunciou que pretende fazer, sem ter deixado claro quais são. Ainda há rumores de uma possível mudança da sede do órgão, do centro do Rio para a região do Horto Florestal, um lugar afastado, no meio da floresta da Tijuca.

Um abaixo-assinado circulou na tarde dessa sexta-feira, 20, pedindo a saída de Pochmann. O documento, um formulário no Google, no entanto, era apócrifo – não permitia saber quem era o autor e nem quem havia manifestado apoio por meio de sua assinatura digital. Após algumas horas, foi retirado do ar.

O sindicato da categoria chegou a levar um ofício para pedir audiências com Pochmann, e tentou contactá-lo por meios informais, mas os pedidos foram ignorados. “A postura do presidente destoa com o  que ele dizia que ia fazer em sua gestão. O sindicato tem muita preocupação em relação a essas medidas, porque elas têm ocorrido sem nenhuma transparência”, diz Bruno Perez, coordenador da ASSIBGE.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Veja e Vote.

A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

OFERTA
VEJA E VOTE

Digital Veja e Vote
Digital Veja e Vote

Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

2 meses por 8,00
(equivalente a 4,00/mês)

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

a partir de 49,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.