Castro decide trocar secretário de Polícia Civil, após duas semanas
Fritura de José Renato Torres do Nascimento começou ao longo da manhã da última segunda; ele foi pressionado a deixar o cargo

Em meio às negociações para a parceria com o governo federal em torno da Segurança Pública, o governo do estado enfrenta crise interna na gestão do setor. O governador Cláudio Castro decidiu trocar o Secretário de Polícia Civil, delegado José Renato Torres do Nascimento, que está há menos de duas semanas no cargo.
A Casa Civil do governo do estado encaminhou à Assembleia Legislativa do Estado do Rio a minuta de um projeto de lei que muda o artigo 16 da Lei Orgânica da Polícia Civil, permitindo que delegados com menos de 15 anos no exercício da função assumam o comando da Secretaria. A mudança no texto é feita atavés de votação na Alerj. O projeto foi enviado em regime de urgência, nesta terça-feira, 17.
De acordo com interlocutores na Polícia Civil, Torres admitia internamente a existência de uma pressão política pelo seu cargo, mas buscou adotar posição firme, e ressaltado a atuação da Polícia Civil nos cinco dias de operações no Complexo da Maré, com apreensões de armas e drogas, além de baixa letalidade, segundo os dados oficiais. Em nota, por meio de sua assessoria, ele ressalta que “a convite do governador Cláudio Castro, assumiu a pasta com o objetivo de combater a criminalidade em suas diferentes formas, sempre pautado no limite da lei, com autonomia em decisões e prezando pela integridade e transparência na condução da gestão da Secretaria de Estado de Polícia Civil”.
O nome mais cotado para a vaga é o de Marcus Vinícius Amim Fernandes, atual presidente do Detran-RJ – que também é delegado, mas não tem os 15 anos completos na função. De acordo com fontes do governo, Marcus Vinícius é homem de confiança do presidente dae Alerj, Rodrigo Bacellar (PL).
José Renato assumiu o cargo logo após a divulgação de imagens que mostravam a ação de uma espécie de escola preparatória com táticas de guerrilha no Complexo da Maré, divulgadas pela TV Globo. Em seguida, a crise na Segurança se acentuou com a execução de três médicos, que participavam de um congresso, na Barra da Tijuca, Zona Oeste da capital fluminense.
O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino, esteve no Rio na última segunda-feira, 16, quando anunciou que 300 homens da Força Nacional de Segurança e da Polícia Rodoviária Federal para atuar no combate ao crime no estado do Rio.