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Amor & Pandemia

A desafiadora tarefa de manter o casamento vivo no isolamento

Por Walcyr Carrasco Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 18 mar 2021, 22h50 - Publicado em 5 fev 2021, 06h00

Um casamento resiste à vida confinada? Hábitos mudaram, o jeito de trabalhar também. Home office transformou-se em realidade. Para boa parte das empresas, é mais lucrativo. Não se gasta com espaço, instalações, cafezinho… As pessoas até trabalham mais! Atividades sociais diminuíram. Sim, eu sei que o Brasil não é a Europa. Praias continuam cheias, há festas, baladas e restaurantes lotados (hospitais também). Mas a atividade social em si caiu. Resultado: os casais são obrigados a ficar juntos. A tomar café da manhã, almoçar e jantar juntos. A conviver. Muitos casamentos duradouros só se mantinham porque marido e mulher mal se viam. Um vizinho, com trinta anos de casado, resumiu: “Tenho uma inimiga dentro de casa. E ela cresce!”. Talvez ele e ela nem percebessem pequenos defeitos um do outro, como pelinhos no nariz. Depois de décadas, que importância tem? Só se viam após uma longa e exaustiva jornada de trabalho. Existiam as viagens profissionais. Amantes.

A traição ficou mais difícil. Se ninguém sai de casa sem motivo, como fazer? Dizer que vai às compras? E na volta, ela pergunta: “Amor, tomou banho no supermercado?”. Não, não… Mesmo aquele flerte casual, numa saída… rola com máscara?

Quando a convivência é maior, tudo pode crescer. Há mulheres que até desejam assassinar os maridos que não levantam a tampa do vaso sanitário antes de urinar. Os próprios pais que, em sua maioria, ainda jogam a educação dos filhos para a mulher, passam a conviver com choros, gritos, teimas… e a rebelião contra aulas on-line. Justo no horário de trabalho! Alguns pensam em trancar as crianças nos armários, mas não confessam. Pior: quando alguém trabalha em casa, as pessoas têm dificuldade em aceitar que é realmente trabalho. Interrompem, puxam conversa… pedem alguma coisa.

“Tudo fica tão difícil que alguns casais não se suportam mais. Se o seu amor sobreviveu à Covid, você não se separa nunca mais”

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O celular é um risco constante, um dia um deles o esquece à vista e o outro descobre uma conversa com um antigo relacionamento. Ou pior, um novo! Os dois descuidam da aparência. Ele esquece de fazer a barba, ela não fez as unhas esta semana. O botão da camisa que estoura na barriga, os novos pés de galinha em torno do olho, tudo conta! Os dois engordam. Casais veem filmes pornô, para reacender a chama. Alguns chegam a usar artifícios, como amarrar e vendar, partem até para um sexo mais selvagem (se a barriga não atrapalhar). Mas, depois, reclamam entre si: “Ficou marca da mordida”. Nem todo lar pode se transformar em cenário de filme pornô. Há riscos. No meio do sexo arrasador, o filhinho pode bater à porta: “Mamy, você tá gritando?”. Aí é preciso parar tudo, e voltar à formula da família margarina — “Mamãe teve um pesadelo. Com um urso”.

Tudo fica tão difícil que alguns casais não se suportam mais e se separam. Ou pensam em romper todo o tempo, só aguardam a libertação que virá com a vacina. Mas… há os que resistem, descobrem novas formas de se relacionar. E ficam mais apegados. É uma boa notícia. Se o seu amor sobreviveu à Covid, você não se separa nunca mais.

Publicado em VEJA de 10 de fevereiro de 2021, edição nº 2724

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