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Thomas Traumann é jornalista e consultor de risco político. Foi ministro de Comunicação Social e autor dos livros 'O Pior Emprego do Mundo' (sobre ministros da Fazenda) e 'Biografia do Abismo' (sobre polarização política, em parceria com Felipe Nunes)
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Dá tempo para tirar Bolsonaro do páreo?

Pesquisa da Quaest mostra Lula favorito, mas diz que 31% gostariam que nem o PT, nem Bolsonaro vencesse

Por Thomas Traumann Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 7 jul 2021, 15h35 - Publicado em 7 jul 2021, 09h25

O governo Bolsonaro vive o seu pior momento. A inflação é a maior desde 2015, o desemprego é recorde, a vacinação segue em espasmos e o país caminha para ultrapassar os 600 mil mortos por Covid-19 no mês que vem. O presidente é alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito que provou a existência de uma gangue dentro do Ministério da Saúde que aproveitou a tragédia para cobrar propina para importar vacinas. Ainda não está claro quais as ramificações da quadrilha, mas a descoberta piorou ainda mais o humor dos brasileiros. Todas as pesquisas mostram que três entre cinco brasileiros rejeitam o governo Bolsonaro, o pior indicador desde o processo de impeachment de Dilma Rousseff em 2015. Em todas as simulações de voto, Bolsonaro perde para Luiz Inácio Lula da Silva, às vezes até no primeiro turno.

É provável que Bolsonaro se recupere e se torne um candidato viável no ano que vem, mas a preços de hoje quem se esforçaria pela ressurreição de um político que não faz amigos, abandona aliados e governo como se só ele e seus filhos existissem?

Esta pergunta tem incomodado políticos e empresários. Muitos acham que insistir em Bolsonaro apenas para assistir sua derrota contra Lula em 2022 é um desperdício de tempo e de dinheiro. Melhor seria encontrar uma alternativa que se impusesse pela direita e centro-direita e tomasse de Bolsonaro o lugar no segundo turno contra Lula. As articulações para fazer surgir este candidato fracassaram nos últimos meses, com as desistências das pré-candidaturas de Sergio Moro, Luciano Huck e João Amoêdo, mas existe um público à espera desta alternativa. É improvável que este público espere por muito tempo.

LEIA TAMBÉM: 49% dos brasileiros culpam Bolsonaro pela demora na vacinação, diz CNT/MDA

Pesquisa da agência Quaest divulgada hoje confirma a impopularidade de Bolsonaro e o favoritismo de Lula, mas traz uma novidade. Perguntados sobre quem gostariam que vencesse as eleições 41% dos entrevistados respondem Lula e 24% Bolsonaro. A surpresa está na terceira resposta: 31% gostariam que não fosse nem Lula, nem Bolsonaro. É o maior índice de eleitores nem-nem (nem Lula, nem Bolsonaro) já coletado em pesquisas recentes.

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Outra pergunta da Quaest também é reveladora do potencial de um terceiro candidato. Perguntados sobre os motivos do voto em Bolsonaro, apenas 9% dos entrevistados responderam que é pelo seu governo. Outros 9% disseram que votaria para evitar a volta do PT ao poder, 8% para afastar o comunismo e 5% para impedir Lula de ser presidente – um total de 21% cujos votos poderiam ser de qualquer um com chances de vencer Lula.

Se em tese existe público para um terceiro candidato, o problema é quando os nomes são apresentados. Ciro Gomes aparece com até 11% a 10%; João Doria chega a 7%; Henrique Mandetta, 6%; Eduardo Leite, 4%; Tasso Jereissati, 3%; e Rodrigo Pacheco, 3%. Não fazem nem cócegas aos dois primeiros colocados, Lula (que varia de 43% a 45% dos votos, dependendo do cenário) e Bolsonaro (entre 28% e 29%).

Enquanto Lula e Bolsonaro são conhecidos por mais de 90% dos eleitores, os adversários são apenas nomes. Candidato a presidente pela quarta vez, Ciro só é conhecido por 60%; Doria por 53%; Mandetta, 36%; Tasso, 20%; Leite, 19%; e Pacheco, 16%.

Com os candidatos a opção dos nem-nem tão desconhecidos e com popularidade tão baixa a tendência do eleitor é se acomodar na polarização. Se não existe nenhuma opção viável, o eleitor vai se posicionar entre os que não querem Lula e os que não querem Bolsonaro.

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