Grafite entre a grafita e o grafito
Muita gente se surpreende ao saber que a palavra grafite na verdade são duas, provindas de lugares completamente diferentes: a primeira, que é substantivo feminino nos dicionários, embora a língua das ruas costume lhe trocar o sexo, quer dizer recheio de lápis, ou seja, aquela variedade de carbono que se usa para escrever; a segunda, […]
Muita gente se surpreende ao saber que a palavra grafite na verdade são duas, provindas de lugares completamente diferentes: a primeira, que é substantivo feminino nos dicionários, embora a língua das ruas costume lhe trocar o sexo, quer dizer recheio de lápis, ou seja, aquela variedade de carbono que se usa para escrever; a segunda, de gênero masculino tanto nos livros quanto na vida, significa rabisco ou desenho pintado nos muros urbanos.
Pois bem: embora os dois termos tenham um ancestral comum no grego grápho, que significa escrever, gravar, seu parentesco termina aí.
A primeira grafite ganhou registro em português em 1839 vinda do alemão Graphit, algo como “pedra de escrever”, termo cunhado em 1789 pelo mineralogista A.G. Werner para designar aquela variedade do carbono que, embora parente do diamante, não tem grande valor comercial nem pretensões de eternidade além da permanência que as palavras possam almejar. Existe também em português a forma grafita.
O segundo grafite, que pode ser grafado alternativamente como grafito, é mais jovem em nosso idioma, mas tem raiz mais profunda: o italiano grafitto, que quer dizer inscrição antiga gravada na pedra.