Apoiadores de Bolsonaro e MBL protestam em ato final de Lula no RS
Ex-presidente terminará roteiro pelo Rio Grande do Sul em São Leopoldo, na região metropolitana de Porto Alegre
A caravana Lula pelo Brasil no Rio Grande do Sul chega ao fim nesta sexta-feira. Depois de passar por cidades como Bagé, Santana do Livramento, Santa Maria, São Borja e São Miguel das Missões, Lula será recebido em São Leopoldo, na região metropolitana de Porto Alegre. A cidade de 227.000 habitantes é administrada pelo petista Ary Vanazzi. Antes de São Leopoldo, porém, a caravana deveria parar em Passo Fundo, mas não foi possível por causa de um bloqueio na estrada feito por manifestantes. Um homem foi preso pela polícia e outro fugiu.
“Convocamos todos apoiadores de Jair Bolsonaro, membros do MBL, intervencionistas, sem exceção”, diz a descrição de um dos convites para a “recepção calorosa”, divulgado no Facebook. Outro convite chama o protesto de “expulsão de Lula”. “Vá embora do RS, Molusco”, diz a página do MBL gaúcho, convocando seus seguidores para o evento na BR-116, a partir das 16h30. Diferentemente de Santa Maria, o MBL não vai protestar no mesmo local onde estarão os apoiadores de Lula. Em São Leopoldo, o ato do ex-presidente será a partir das 18h30, em frente ao ginásio municipal.
Lula disse, em entrevista à Rádio Guaíba, durante a passagem por São Miguel das Missões, que não teme o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ). “O Bolsonaro tem que ser levado a sério por quem depende do voto nele. Eu não dependo do voto nele. Nossos eleitores [do PT] são diferentes e distintos. Quem tem que cuidar do Bolsonaro são os tucanos. A política de ódio disseminada por eles [PSDB] é que gerou o Bolsonaro. Então, eu não tenho a preocupação”, disse Lula.
Na entrevista, Lula disse também que “não acha ruim” protesto contra ele porque já fez “contra os outros”. Porém, o ex-presidente criticou as tentativas de impedi-lo de entrar nas cidades gaúchas. “A vida inteira tive movimentos contra. Política é isso mesmo. Já fiz isso tantas vezes contra os outros, não posso achar ruim quando é contra mim. O que achei uma afronta é as pessoas se dotarem do direito de achar que você não pode entrar numa cidade. Meia dúzia de fazendeiros e jovens agricultores que [pensam] podem impedir dois ex-presidentes de entrar numa cidade”, disse Lula.
A presidente do PT, a senadora Gleisi Hoffmann, chegou a pedir ao governo federal reforço na segurança de Lula e Dilma e acusou manifestantes de portarem armas.
Antes de viajar para São Leopoldo, Lula visitou propriedades da agricultura familiar em Ronda Alta.