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Vale a pena ler de novo o que saiu nas páginas de VEJA em quase cinco décadas de história
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Beatriz Segall: a dama do teatro que conquistou as telas

Nas páginas de VEJA, a trajetória da respeitada atriz dos palcos que virou celebridade com uma vilã atemporal na TV

Apresentado por Atualizado em 6 set 2018, 01h21 - Publicado em 6 set 2018, 01h09

VEJA ainda não havia alcançado 100 edições quando o nome de Beatriz Segall estampou suas páginas pela primeira vez. Em agosto de 1969, uma nota curta na seção de Indicações anunciava sua tradução da peça O Inimigo do Povo, do dramaturgo norueguês Henrik Ibsen, em que a atriz carioca também integrava o elenco. Era o início de uma jornada pela carreira da multifacetada artista, que morreu nesta quarta-feira, aos 92 anos.

Primeira matéria de VEJA com menção a atriz Beatriz Segall, que faleceu nesta quinta; leia reportagem na íntegra em Acervo VEJA (///VEJA)

 

Em novembro de 1972, seu rosto estreou nas páginas da revista. O destaque era sua interpretação na peça A Grande Imprecação Diante dos Muros da Cidade, do alemão Tankred Dorst. Beatriz encenava a dor de uma esposa chinesa, que reivindicava ao exército o retorno de seu marido. A crítica ao espetáculo, porém, não era positiva e a performance da atriz foi considerada inverossímil: “Rosto nu e roupa comum, dificilmente lembra a gente do povo que deveria recriar”.

Ganhando mais evidência, uma foto de Segall ilustrou uma crítica à peça em que atuava; leia reportagem na íntegra em Acervo VEJA (///VEJA)

 

Ambas as montagens teatrais foram encenadas no Teatro São Pedro, na capital paulista, e essa preferência não era fruto de uma coincidência. Beatriz Segall e seu marido, Maurício, eram os inquilinos do espaço. Os dois conduziam o São Pedro segundo uma filosofia empresarial muito particular, com um salário e participação nos ganhos de bilheteria para os atores, indo além da média salarial para a época. Eles lideravam um grupo formado por 35 artistas, que decidiam coletivamente todas as escolhas para as peças que produziam. “Isso aqui está se transformando em um centro de efervescência cultural graças ao empenho de toda a turma”, disse uma orgulhosa Beatriz às páginas da revista, em 1973.

 

Desempenhando sua vocação empreendedora, Beatriz conduziu o Teatro São Pedro ao lado do marido, Maurício; leia na íntegra em Acervo VEJA (///VEJA)

As aparições seguintes da atriz em VEJA continuaram a acompanhar sua consolidação no teatro. Em 1977, em reportagem sobre a peça Janela do Mundo, Beatriz foi definida como uma atriz com experiência que a diferenciava dos parceiros de elenco. Encarnando uma dona de boutique, “desquitada e quarentona”, a carioca parecia se aproximar dos tipos que, pouco depois, a tornaram conhecida por todo o público brasileiro.

No teatro, a consolidação da carreira de Beatriz Segall foi acompanhada por comentários mais elogiosos a suas atuações; leia na íntegra em Acervo VEJA (///VEJA)

Foram as novelas que proporcionaram essa transformação nos rumos de sua carreira. Investindo no novo formato, depois do sucesso de Dancin’ Days, foi no folhetim Água-Viva que Beatriz “transformou-se de atriz de muito prestígio e pouca fama em celebridade nacional”, como definiu VEJA em 1980. Na novela, ela interpretava a fria e calculista Lourdes Maria. A atriz, porém, nunca trocou definitivamente de plataforma, aproveitando a popularidade conquistada na televisão para lançar novas peças (e encher plateias).

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Dos palcos às telas, as novelas tornaram Beatriz uma celebridade nacional; leia na íntegra em Acervo VEJA (///VEJA)

 

Mas foi com a icônica Odete Roitman que Beatriz tornou-se um dos nomes mais consagrados do horário nobre. Uma vilã elegante, como várias das personas que Beatriz interpretou, foi o centro do maior mistério da dramaturgia brasileira. A trama em torno de seu assassinato se tornou o mais bem sucedido exemplo do uso do artifício “quem matou?”, tão comum aos folhetins. Nas Páginas Amarelas de setembro de 1992, brilhando duplamente na programação global, Segall voltou ao foco. Com a reprise de Vale Tudo, era perversa durante as tardes e liberal durante as noites, com sua Stella Peixoto em De Corpo e Alma. Uma mulher fã de strip-teases masculinos e rapazes jovens, a personagem foi um marco na discussão da sexualidade feminina.

A carreira da atriz ficou marcada por personagens fortes e diversas, multifacetadas como a atriz em sua vida pessoal; leia na íntegra em Acervo VEJA (///VEJA)

Beatriz Segall faz parte de um seleto hall de atrizes que atingiram o auge de sua carreira já na meia idade. Seus papeis mais complexos exigiram sua maturidade e experiência mas, não imune a uma tendência comum ao envelhecimento das profissionais, suas participações nas telenovelas foram progressivamente reduzidas ou restringidas a papéis específicos. Em 2002, por exemplo, fez uma ponta como mãe do personagem Murruga, interpretado por Nuno Lopez. O nome da estrela passou a se entrelaçar às lembranças saudosas de seu passado. Em reportagem de 2005 sobre o sucesso da Nazaré Tedesco de Renata Sorrah, na novela Senhora do Destino, Odete Roitman foi classificada como uma professora na classe das “megeras indomadas” da televisão.

O brilho de Segall se entrelaçou ao passado. Sua Odete Roitman virou exemplo para outras grandes vilãs da televisão, como Nazaré Tedesco; leia na íntegra em Acervo VEJA (///VEJA)

 

As últimas aparições da atriz em VEJA continuaram a relacioná-la à atemporal vilã de Vale Tudo. Com mais uma reprise da obra de Gilberto Braga, as grandes frases de Odete Roitman, e o contínuo amor do público pelo seu ódio, foram tema de duas páginas de VEJA em outubro de 2010. “Acho o Brasil lindo, mas no cartão-postal”, declarava a milionária em uma de suas tiradas destacadas pela revista.

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As frases icônicas e a popularidade da vilã continuaram sendo pauta mais de 20 anos após a exibição de “Vale Tudo”; leia na íntegra em Acervo VEJA (///VEJA)

 

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