Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Reinaldo Azevedo Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Blog
Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
Continua após publicidade

VEJA 1 – É preciso combater o crime do tostão e do milhão

Por Gabriela Carelli Fabiano Accorsi “ As cidades degradadas precisam resgatar o respeito. Não se pode pichar. Também não se pode roubar, nem quebrar, nem vender drogas, nem morar na rua. Sem valores morais, toda a sociedade acaba no círculo do crime” Prefeito de Nova York por dois mandatos, de 1994 a 2002, Rudolph W. […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 17h27 - Publicado em 13 jun 2009, 07h07

Por Gabriela Carelli

Fabiano Accorsi

As cidades degradadas precisam resgatar o respeito. Não se pode pichar. Também não se pode roubar, nem quebrar, nem vender drogas, nem morar na rua. Sem valores morais, toda a sociedade acaba no círculo do crime”

Prefeito de Nova York por dois mandatos, de 1994 a 2002, Rudolph W. Giuliani tornou-se uma referência quando o assunto é recuperação urbana. Com mão firme, ele reduziu pela metade as taxas de criminalidade e transformou a cidade em uma das mais seguras dos Estados Unidos. Em 2000, apesar de ter a eleição praticamente certa, Giuliani deixou de concorrer ao Senado porque sua vida estava uma bagunça: tinha se separado da mulher e descoberto o câncer de próstata, a mesma doença que matou seu pai. No ano seguinte, sua determinação de fazer Nova York voltar à normalidade depois dos ataques terroristas o transformou num dos políticos mais populares do país. A tentativa desse neto de imigrantes italianos de ser o candidato republicano à Presidência nas últimas eleições naufragou nas primeiras primárias. Giuliani falou a VEJA em São Paulo, onde esteve para participar do II Fórum de Riscos, patrocinado pelo Bradesco.

Sua política de tolerância zero reduziu drasticamente a criminalidade em Nova York. É possível usar os mesmos métodos de combate ao crime nas cidades brasileiras?
Há muito em comum entre Nova York e São Paulo. São cidades de grandes dimensões, cercadas por bolsões de pobreza, com um histórico de violência bem similar. Assim como em Nova York, em São Paulo coexistem as duas maiores pilastras da criminalidade: grandes grupos organizados de tráfico de drogas e autoridades corrompidas. Em metrópoles dessa amplitude e com esse perfil, a primeira coisa a ser feita é a medição diária do crime por região. É preciso fazer isso com acuidade, exatidão e constância, todos os dias, em todas as regiões da cidade. A medida é simples, mas tem um impacto surpreendente na qualidade e na eficácia da ação policial. O crime aumenta e diminui com muito mais frequência do que se imagina. Isso pode acontecer porque há mais ou menos viaturas em uma área ou porque o método de ação de uma equipe é mais ou menos adequado. Com essa medição, o policial percebe como o crime muda e entende o motivo dessa variabilidade, o que permite uma reação imediata e eficaz. Depois de entender a dinâmica do crime, é preciso pensar com mais humildade e olhar para os detalhes da violência na cidade. Em Nova York, havia tanto roubo, assassinato e narcotráfico que nenhum policial queria perder tempo com “crimes pequenos”, como as pichações, os pontos de prostituição, a destruição de propriedades, ou com os lavadores de para-brisas que limpam o seu carro mesmo contra a sua vontade. Aí residia o nosso maior erro.

Por que é tão importante combater os pequenos crimes, como a pichação?
Parto do seguinte princípio: quem não presta atenção nos detalhes não atinge sua meta. Em Nova York, ninguém queria prender o ladrão de rua, só o assaltante que levou 1 milhão de dólares de um banco ou o chefe do tráfico. O problema é que tanto o ladrãozinho quanto o adolescente que picha muros estão diretamente relacionados ao chefão do tráfico. Um leva ao outro. Um só existe por causa do outro. Antes de mais nada, cidades degradadas pela violência precisam resgatar a moral, o respeito. O que é seu é seu, e eu não posso pichar. Ponto. Também não posso roubar, nem quebrar, nem vender drogas, nem morar na rua. Sem valores morais, toda a sociedade acaba no círculo do crime, de uma forma ou de outra. Se o respeito volta, o crime adoece. Assim é mais fácil combatê-lo. Foi dessa maneira que Nova York deixou de ser a cidade mais violenta dos Estados Unidos para, em alguns anos, tornar-se a mais segura.  Aqui

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.