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Uma impressionante conversa de Erenice, então braço-direito de Dilma Rousseff

Abaixo, há uma conversa de Erenice Guerra com Silas Rondeau, então acusado de corrupção. O material foi publicado pela Folha Online. A reportagem é de Andreza Matais e Hudson Corrêa. É tudo, realmente, muito POUCO surpreendente — inclusive a confissão da então secretária-geral da Casa Civil: pensava em “ganhar dinheiro” quando deixasse o governo dedicando-se […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 14h12 - Publicado em 18 set 2010, 21h12

Abaixo, há uma conversa de Erenice Guerra com Silas Rondeau, então acusado de corrupção. O material foi publicado pela Folha Online. A reportagem é de Andreza Matais e Hudson Corrêa. É tudo, realmente, muito POUCO surpreendente — inclusive a confissão da então secretária-geral da Casa Civil: pensava em “ganhar dinheiro” quando deixasse o governo dedicando-se a defender acusados de corrupção. Na conversa, ela fala de um tal “Cardeal”. Ah, sim: notem a crítica ao Ministério Público e ao Judiciário. Volto depois.

*
A ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra pretendia trabalhar como advogada quando saísse do governo e “ganhar dinheiro” apontando erros em processos contra investigados por corrupção. Foi o que ela confidenciou em conversa telefônica gravada, com autorização da Justiça, pela Polícia Federal no dia 14 de maio de 2008. Na época, Erenice ocupava o cargo de secretária-executiva da Casa Civil e era braço-direito da ministra Dilma Rousseff, hoje candidata à Presidência pelo PT.

O alvo da escuta era o interlocutor dela no diálogo, o ex-ministro das Minas e Energia Silas Rondeau, que havia sido exonerado do governo um ano antes, depois de a PF acusá-lo de receber propina dentro do gabinete. Em 2008, Rondeau era também investigado pela PF por suspeita de tráfico de influência num esquema com o empresário Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Por isso o telefone dele tinha sido grampeado.

Ouça a gravação
https://www.4shared.com/embed/386875200/3774c87b

Na conversa interceptada pela polícia, porém, o ex-ministro tratava de uma terceira acusação: Rondeau havia sido denunciado pela Procuradoria da República ao Superior Tribunal de Justiça sob acusação de envolvimento em desvios de dinheiro de obras públicas. No telefonema, Erenice procurou acalmar Rondeau:
Isso [a denúncia] não se sustenta, Silas. Um dia eu ainda vou sair daqui e ganhar dinheiro com essas coisas fora, viu? Fica tranquilo, que acho que isso vai resolver fácil, porque não se sustenta de jeito nenhum.”

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Em seguida, acrescentou:
“Eu fico completamente impressionada com a capacidade de instrução de inquérito falho que a polícia faz e a aceitação por parte do Ministério Público. É lamentável. Nós estamos vivendo uma disputa política e de politização do Judiciário, que é um negócio escandaloso”.

A ligação partiu dela e foi feita do seu então gabinete na Casa Civil.

Erenice disse que havia chegado a pensar no ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos para defender o ex-colega de governo. Mas aconselhou Rondeau a manter José Gerardo Grossi como seu advogado, e não usasse os escritórios que os demais acusados estavam acionando. “Acho o seu mais experiente”, afirmou Erenice.

DOSSIÊ
Quando a conversa ocorreu, Erenice enfrentava a acusação de ter elaborado na Casa Civil um dossiê sobre o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso –documento que tinha como objetivo constranger a oposição e impedir a instalação da CPI dos Cartões Corporativos.

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Posteriormente, a PF comprovou que a planilha de fato foi confeccionada dentro do Planalto e em formato atípico. A investigação, porém, ficou 15 meses suspensa e só foi retomada em março deste ano, com pedido de acareação e depoimentos do Ministério Público. A Folha tenta falar com Erenice desde o fim de semana passado, sem sucesso

Voltei
E Cardeal?
Relembro quem é ele recorrendo a uma biografia muito sintética escrita por Diogo Mainardi em uma coluna:

“Dilma Rousseff é associada a dois nomes. O primeiro nunca dependeu dela para fazer carreira, por isso tenho de calar o bico. O segundo – Valter Cardeal – é mais constrangedor. Em 2003, ele foi nomeado por Dilma Rousseff para a diretoria da Eletrobrás. No mesmo período, tornou-se presidente do conselho da CGTEE e da Eletronorte. Em 2006, ganhou o cargo de presidente da Eletrobrás. Sempre na esteira de Dilma Rousseff. No ano seguinte, foi acusado de envolvimento com o esquema de propinas da Gautama, depois de ser grampeado pela PF. Sim: ele foi grampeado. Sim: pela PF.”

Encerro
Vocês viram que a braço-direito de Dilma não gosta da atuação do Ministério Público e da Justiça. Pois é… Certamente “eles” tentarão dar um jeito nisso se obtiverem sucesso nas urnas.

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