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Reinaldo Azevedo

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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
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Um pouco de elegância a um ex-admirador, agora colega de José Dirceu, que me chama de cão!

Não ignoro os ataques de que se sou alvo na rede. Não raro, eles evidenciam a qualidade dos agressores. Há uma página chamada “247”, sobre a qual nunca falei aqui, que tem se esmerado na grosseria, na baixaria, na violência retórica. Tenta a todo custo me arrastar para um bate-boca na lama. Não vou, não! […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 09h12 - Publicado em 1 abr 2012, 08h35

Não ignoro os ataques de que se sou alvo na rede. Não raro, eles evidenciam a qualidade dos agressores. Há uma página chamada “247”, sobre a qual nunca falei aqui, que tem se esmerado na grosseria, na baixaria, na violência retórica. Tenta a todo custo me arrastar para um bate-boca na lama. Não vou, não! Na mais recente investida, publicam uma foto minha ao lado de dois cães, acusando-me, pasmem!, de “não debater com ideias e argumentos”. Para demonstrar que por lá se faz o contrário, escrevem coisas como “rosna Reinaldo Azevedo” e “Reinaldo late mais alto”. E assim que se debate “com ideias e argumentos no 247″.

O comandante da página eletrônica é Leonardo Attuch. Enquanto esteve na IstoÉ e na IstoÉ/Dinheiro, esse rapaz sempre me tratou com extrema cordialidade. Tenho aqui vários e-mails seus elogiando o meu trabalho, endossando, inclusive, o conteúdo de colunas minhas.

Até outro dia, Attuch estava entre os “inimigos de Luis Nassif, outro fascinado por mim. Se vocês fizerem uma pesquisa, verão que Nassif acusava Attuch de estar entre os jornalistas comandados por Daniel Dantas, e este dizia que aquele fazia o jogo de Luiz Roberto Demarco, inimigo do banqueiro. E vai por aí.

Opto por não divulgar os e-mails em que Attuch se refere a seu ex-desafeto. Mas não vejo problema em tornar público este, por exemplo, de 8 de maio de 2009:
Caro Reinaldo,
Parabéns, novamente. Vamos tomar um café qualquer dia desses?
Estamos num estado pré-revolucionário.
Depois da desmoralização do Congresso e do ataque orquestrado ao STF, será a vez da imprensa.
É a preparação do terceiro mandato.
abs
Leonardo

O café jamais aconteceu.
O “novamente” indica a constância com que me elogiava.

No dia 28 de julho de 2009, ele escrevia:
Caro Reinaldo,
Li seu post sobre intimidação da mídia.
Você acha mesmo que o trabalho dos dois blogueiros passa pela Secom?
Eu achava que era só financiamento privado da canalhice, público não.
Se tiver alguma evidência na segunda direção, aí a coisa fica séria.
abs
Leonardo

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No dia 23 de abril de 2009, Leonardo Attuch se mostrava preocupado com a “chavização” do Brasil:
Caro Reinaldo,
Anote aí, estamos já em estado pré-revolucionário.
Primeiro, Lula destruiu o PT (mensalão)
Depois, destrui o Congresso.
Agora, destrói o Judiciário — e que declaração malandra essa última de Buenos Aires.
A próxima instituição é a imprensa – dizem que já tem uma operação da PF preparada.
O cara é perigoso.
Ouvi isso de um petista do alto comissariado.
abs
Leonardo

No dia 18 de maio de 2010, ele voltava ao tema do estado policial, num e-mail enviado pelo celular:
Caro Reinaldo,
Receba minha solidariedade, a canalha nao vencerá, havia um Gilmar Mendes no caminho do Estado Policial.
Abs
Leonardo

Voltei
São e-mails seus, certo, Leonardo? E eu era o “caro Reinaldo”.

Falei pessoalmente com Attuch apenas duas vezes. Não tomei aquele café. Só amigos muito chegados me tiram de casa. Há muito pouca coisa aí fora que me interessa. A primeira foi na Folha. Eu era editor-adjunto de Política — naquela fase, estava na edição em razão de uma licença da editora —, e ele era candidato a repórter. Foi quando o conheci. Eu o entrevistei em companhia do então secretário de Redação do jornal, Marcelo Beraba. A conversa não prosperou.

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Na segunda vez, eu já trabalhava na revista Primeira Leitura, que pertencia, então, a Luiz Carlos Mendonça de Barros. Ele foi entrevistar o ex-ministro e passou na redação para me cumprimentar. Os outros contatos todos foram por e-mail ou telefone. E ele sabe que a iniciativa nunca foi minha. Sempre uma conversa amistosa, educada e tal. Até o dia…

Até o dia… em que um leitor me envia uma coluna de Attuch, já em seu site, em que eu era chamado, entre outras delicadezas, de “a doença do jornalismo brasileiro”… Assim, sem mais nem menos… Até o dia em que Attuch passou a citar Nassif como uma de suas referências — justamente o seu antigo desafeto, personagem de alguns e-mails do quais vou poupar a todos: vocês, Leonardo e Nassif.

Por que me atacava? Você me viram mudar de posição, lado ou opinião em mais de cinco anos de blog? Eu continuava o mesmo! O que teria acontecido com “Leonardo”? Não sei se é uma explicação, mas é um fato: Attuch tinha passado a ser parceiro de colunismo político de José Dirceu, um dos escribas de sua página, o 247. A página de Dirceu deveria se chamar, segundo a Procuradoria Geral da República, 288, que é o artigo do Código Penal que trata da “formação de quadrilha”. E José Dirceu vendido como analista isento é coisa de “171”.

Por que a fúria de Attuch com Demostenes? A companhia de alguém acusado de formação de quadrilha e cassado por corrupção lhe é cômoda?

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O motivo mais recente
Quando vieram a público as ligações de Demóstenes com  Cachoeira — reveladas primeiro por VEJA, diga-se! —, Attuch publicou uma foto minha ao lado da do senador, sugerindo uma estreita ligação entre nós, o que é uma mentira estúpida — e ele sabe disso. Com Attuch, estive apenas duas vezes! Com Demóstenes, nenhuma! O rapaz que denunciava a “chavização” do Brasil passou a se referir a mim como o “blogueiro da direita”. Ontem, avaliando que estava sendo muito educado, resolveu recorrer aos verbos “rosnar” e “latir” e à foto dos cães. É o que ele chama debater com “idéias e argumentos”. Se resolvo superá-lo nas armas que escolheu, em que se transforma a minha página? É para onde tentam nos arrastar. Mas não vão!

Muito bem!

Até outro dia, o patrocinador do “247” era a Caixa Econômica Federal. Agora, é o Governo do Distrito Federal, comandado pelo, como podemos chamar?, “polêmico” Agnelo Queiroz, do PT. Curiosamente ou nem tanto, parece que Attuch ainda não informou a seus leitores que o petista também é citado na Operação Monte Carlo, esta que pegou Demóstenes. Há gravações que evidenciam que a quadrilha nomeava pessoas no governo petista. De tal sorte o GDF preocupa o PT que há até uma espécie de intervenção branca em cargos-chave do governo.

Encerrando
Attuch mudou de ideia a meu respeito. É um direito que ele tem. Deve ter fortes motivos para fazê-lo. Não o chamarei “cão”. Não direi que ele “late”. Não direi que ele “rosna”.

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Direi apenas que ele passou a ser colega de colunismo de José Dirceu.

Leonardo, o café que eu não tomei com você foi um dos melhores que recusei. Mesmo pra ser um polemista, rapaz, é preciso ter alguma elegância. E certo senso de decoro.

E, sim, Leonardo! Policarpo jamais será um… de vocês! Falou o “caro Reinaldo”.

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