Inverno: Revista em casa por 8,98/semana
Imagem Blog

Reinaldo Azevedo

Por Blog Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura

Tiririca além da piada

O caso Tiririca, por mais que sirva à galhofa, à minha também, expõe algumas das mazelas do sistema político. Pior: existem leis para coibir a malandragem, mas, provavelmente, serão ignoradas. Analfabetos podem votar, mas não podem ser votados. É claro que a lei faz sentido — na verdade, trata-se de uma exigência essencial. Um parlamentar, […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 13h38 - Publicado em 12 nov 2010, 21h14

O caso Tiririca, por mais que sirva à galhofa, à minha também, expõe algumas das mazelas do sistema político. Pior: existem leis para coibir a malandragem, mas, provavelmente, serão ignoradas. Analfabetos podem votar, mas não podem ser votados. É claro que a lei faz sentido — na verdade, trata-se de uma exigência essencial. Um parlamentar, em qualquer das três esferas, está sujeito a muitas pressões, a lobbies os mais variados, a interesses de toda ordem. É evidente que a alfabetização, como estamos cansados de ver, não é garantia de moralidade. Mas imaginem o que pode acontecer com um auto-intitulado “abestado”, incapaz de entender o que lê.

Se, como tudo indica, o índice de “acerto” de Tiririca ficou abaixo dos 30%, nem mesmo se pode dizer dele ser um analfabeto funcional. Se empossado, não será dono de seu mandato. O próprio processo eleitoral revela uma forma de inocente útil, embora não se deva descartar, como ele próprio revelou na campanha, que esteja em busca de benefícios para si e sua família. Mas um mandato parlamentar envolve bem mais do que isso. Tiririca ajudou a eleger gente que ele nem sabe quem é e que apito toca.

A demagogia, somada a todas as procrastinações permitidas por lei, tenderá a prevalecer, e ele ainda acabará diplomado, embora já esteja claro, a esta altura, que aquela declaração inicial em que se disse alfabetizado fora forjada. Mandatos de governadores e prefeitos já foram cassados porque se considerou que, num dado momento da campanha, feririam a Lei Eleitoral. Agora, tudo caminha para se dar posse a um deputado federal — o mais votado do país! — que não cumpre uma condição básica da elegibilidade. E tudo porque, afinal, essa seria a vontade do povo. Como se “o povo”, ainda que existisse como ente, tivesse licença para transgredir a lei que ele próprio aprovou por meio do Parlamento. Nem ele tem.

A desmoralização da lei vai se tornando, aos poucos, a norma.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

OFERTA RELÂMPAGO

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 2,99/mês*

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada edição sai por menos de R$ 9)
A partir de 35,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
Ofertas exclusivas para assinatura Anual.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.