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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
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Que bom, Mayara Vivian, que você nunca me enganou! Líder do Passe Livre se preocupa com baderneiros presos, mas não perdoa os fetos. É uma gigante moral! Boa parte da imprensa deveria fazer um mea-culpa!

Raramente eu me deixo enganar por certo tipo de gente. Muito raramente! Quantos foram os apelos feitos aqui para que eu cedesse aos encantos do Movimento Passe Livre, um grupo supostamente sem ideologia?! Quantas foram as mensagens a me acusar de estar cego, com os olhos fechados para a realidade?! Seria o povo, finalmente, acordando […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 05h57 - Publicado em 20 jun 2013, 18h12

Raramente eu me deixo enganar por certo tipo de gente. Muito raramente! Quantos foram os apelos feitos aqui para que eu cedesse aos encantos do Movimento Passe Livre, um grupo supostamente sem ideologia?! Quantas foram as mensagens a me acusar de estar cego, com os olhos fechados para a realidade?! Seria o povo, finalmente, acordando para a realidade do lulo-petismo!

E eu nada de mudar! Parecia estar mais surdo e mais cego do que o faraó, não é? E, fosse assim, não me restaria alternativa que não ser engolido pelas águas da minha própria teimosia.

É que eu fui procurar as origens do Movimento Passe Livre, um dado que desapareceu na imprensa. Encontrei, lá na raiz, uma espécie de incubadora de movimentos sociais, com financiamento do Ministério da Cultura, acesso à Lei Rouanet e patrocínio, para um dos projetos, da Petrobras. Seu comandante se diz partidário da “democracia líquida”. A “democracia líquida” é um conceito que elimina do horizonte os entraves da democracia representativa. O mundo é de quem pode mais, de quem grita mais, de quem se impõe.

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Boa parte da imprensa tentou atribuir à turma do Passe Livre e a seus associados uma agenda que eles nunca tiveram. Tentou, sim, dar uma endireitada em seu pensamento torto; tentou se apropriar de seu ideário, mudando-lhe, em alguns casos, o vetor.

Mayara Vivian, a sedizente estudante de geografia da USP, vem a público para botar as coisas no seu devido lugar. Em entrevista ao UOL, ela ataca a dita “pauta conservadora” de algumas pessoas que participaram do movimento. Reproduzo, em vermelho, um trecho:
(…)

Mesmo dizendo que o MPL não é contra a participação de legendas nos protestos, Mayara criticou diversas faixas e slogans gritados durante as manifestações dos últimos dias.

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“Tem gente que não consegue nem mobilizar dez pessoas e leva uma faixa com dizeres horríveis, como coisas contra a legalização do aborto e outras. O MPL é anticapitalista e contra qualquer forma de opressão. Repudiamos várias das reivindicações feitas nos atos.”. Nos protestos desta semana, alguns manifestantes levaram faixas pedindo a redução da maioridade penal e contra o aborto.

Presos por vandalismo
Os representantes do MPL se comprometeram a prestar auxílio jurídico a todos os manifestantes detidos e que respondem a processo – cerca de 60, segundo o movimento . Quanto ao caso de pessoas presas por saques e roubos, Mayara afirmou que “fica difícil saber se a pessoa realmente cometeu o crime do qual é acusada. Na terça-feira (18), após os saques, a PM prendeu manifestantes aleatoriamente.” O movimento afirmou que analisará caso a caso para identificar quem poderá ajudar e quais casos serão encaminhado à Defensoria Pública.

“A questão do encarceramento em massa de pessoas pobres é muito grave. O MPL não é juiz para dizer quem cometeu ou não cometeu um crime, mas somos contra vandalismo seja de manifestantes, seja do Estado”, afirmou.
(…)

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Voltei
Então um movimento “sem líderes”, segundo importantes setores da nossa imprensa, vai prestar “auxílio jurídico” a delinquentes que foram presos depredando e saqueando? Que coisa bonita! Para vagabundo que sai roubando pela cidade, ela quer ajuda. Mas não perdoa quem não pode correr: os fetos, por exemplo. Notem: ela é contra até mesmo a que alguém erga um cartaz se manifestando contra o aborto. Acha isso “horrível”.

Mayara Vivian se coloca como juíza das reivindicações feitas nos atos. Ela é a senhora da pauta e deixa muito claro: eles são contra o capitalismo e “outras formas de opressão” — e se entende, assim, que o capitalismo é, por definição, uma forma de opressão. Logo, não havendo uma terceira opção, ela só pode ser a favor da libertação socialista. E isso não é dedução ou conjectura. O MPL se diz socialista, sem meias palavras.

Mayara se refere ainda a um suposto “encarceramento” de pessoas pobres que estaria em curso no Brasil — e toca no assunto quando se refere à canalha que foi presa em atos de vandalismo.

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A imprensa que está flertando com essa gente está alimentando a Besta. Os que acham que esse movimento que privilegia a desordem e a afronta à legalidade democrática pode ser ruim para o lulo-petismo não está entendendo nada! Nessa matéria do UOL, Mayara deixa claro que também se opõe àqueles que criticaram a presença de partidos políticos nas manifestações. E dá piscadelas explícitas ao PT, que já ajustou a sua chave ao “movimento”. Em essência, o Passe Livre é o petismo sem a responsabilidade de governar.

Bem-vindos à realidade, senhores liberais do miolo mole! Bem-vindos à realidade, senhores nefelibatas! Em muitos aspectos, literais e metafóricos, a imprensa livre está cercada por essa gente. Os que resolveram brincar de Al Jazeera caipira cobrindo a Primavera Árabe estavam — e estão — flertando com a corda em torno do próprio pescoço.

A foto que vai lá no alto está no site da BBC, que destacou uma frase lapidar dita por esta moça: “Achei um absurdo termos que negociar com o secretário de segurança pública [e não com a Secretaria de Transportes]. O povo tem direito à cidadania e à tarifa zero”. Ela queria paralisar a cidade, como paralisou, mas achou um absurdo ter de negociar com quem responde pela segurança de 11,5 milhões de pessoas. E, como se vê, transformou a tarifa zero num direito natural.

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Vão lá brincar com eles, liberais bobões!

Vão lá balançar o berço do bebê-diabo!

Chamem o Polanski. A imprensa brasileira vive a sua fase Rosemary.

Rosemary nina “o troço” no berço do mal. Ela tinha sido incubada pelo “coisa- ruim”

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