A Frente Brasil Popular, grupo que reúne, entre outros, a CUT, o MST e a Central de Movimentos Populares, realiza nesta terça-feira uma série de protestos em dez Estados mais o Distrito Federal contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff. De acordo com a CUT, o ato é em defesa da democracia e contra o “golpe”.
Segundo a Central Única dos Trabalhadores (CUT), há manifestações registradas em 16 Estados: Bahia, Espírito Santo, Amazonas, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Distrito Federal, e, em todos os casos, bloqueios de rodovias e avenidas causaram transtornos. Em algumas cidades do interior de São Paulo, reivindicações salariais de sindicato de trabalhadores se uniu aos protestos contra o impeachment e o serviço de transporte público foi interrompido.
As manifestações mais agressivas foram registradas na cidade de São Paulo, onde os vândalos fecharam ruas e avenidas fazendo barricadas e ateando fogo em pneus. A Avenida 23 de Maio, principal ligação entre as zonas norte e sul da capital, por exemplo, foi totalmente bloqueada nos dois sentidos durante parte da manhã. Outro ponto importante da cidade, a Marginal Tietê foi completamente fechada por cerca de 150 militantes no mesmo horário. Nos dois casos, o Corpo de Bombeiros foi acionado para apagar o fogo nos pneus antes de liberar as vias. Na Rodovia Raposo Tavares, estudantes bloquearam vários trechos pedindo melhoria na merenda escolar.
O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Alexandre de Moraes, criticou duramente os protestos desta terça-feira. Segundo ele, o que se viu na capital paulista “não foram manifestações”, mas sim “atos de guerrilha”, pois tinham como único objetivo “atrapalhar a cidade”. Moraes disse que a polícia vai identificar os responsáveis pela baderna, principalmente aqueles que atearam fogo em pneus, o que, segundo ele, é uma atitude criminosa, pois coloca em risco a saúde de outras pessoas. O secretário elogiou ainda a atuação da PM no caso, que agiu rápido para desobstruir as vias, e afirmou que a corporação garantirá a segurança dos cidadãos em caso de novos protestos como este. “Se eles se tornarem violentos, serão tratados como criminosos, não como manifestantes.”