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Passe Livre é só a versão mascarada dos black blocs

Os milhões de visitas deste blog se devem, claro!, à disposição de vocês de ler, à minha de trabalhar e coisa e tal — aliás, corrijo em parte: vocês trabalham bastante aqui; são excelentes pauteiros, dão dicas e informações preciosas. Viva, em suma, a nossa parceria! Aquele ex-jornalista esportivo acha que isso é coisa de fanáticos. […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 03h38 - Publicado em 21 jun 2014, 05h57

Os milhões de visitas deste blog se devem, claro!, à disposição de vocês de ler, à minha de trabalhar e coisa e tal — aliás, corrijo em parte: vocês trabalham bastante aqui; são excelentes pauteiros, dão dicas e informações preciosas. Viva, em suma, a nossa parceria! Aquele ex-jornalista esportivo acha que isso é coisa de fanáticos. Gente que faz do ódio uma profissão não consegue entender relações virtuosas. Mas sigamos. Parte do sucesso desta página se deve, infelizmente, à covardia de muita gente. Por que escrevo isso? Vamos ver o que publiquei ontem aqui sobre a baderna que o tal Movimento Passe Livre promoveu em São Paulo anteontem. Volto depois.

black blocs no meu post

Voltei
Abaixo, vocês leem uma reportagem de Silvio Navarro e João Marcello Erthal, da VEJA.com. Leiam aí, no detalhe, como operam os valentes do MPL e o comportamento deles diante da baderna. No mínimo, são sócios. Há que investigar se não são os reais promotores. De fato, o MPL é só a versão “mascarada” — um outro tipo de máscara — dos black blocs. Leiam.
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Depois do protesto que mais uma vez deixou um rastro de destruição na maior cidade do país, o chamado Movimento Passe Livre (MPL), que se autocongratula embrionário das passeatas de junho de 2013, postou em sua página do Facebook a seguinte mensagem: “O ato #NãoVaiTerTarifa seguia da Marginal Pinheiros para se dispersar no Largo da Batata quando a Polícia Mlitar atacou os manifestantes”. O movimento não redigiu uma linha para condenar com clareza os vândalos mascarados que depredaram o patrimônio público e privado – o equivalente a tacitamente endossar o que eles fazem. E resolveu culpar a PM pela baderna. Nesta quinta-feira, a marcha convocada pelo MPL pretendia lembrar um ano da revogação do reajuste das tarifas de transporte público. Ao comunicar às autoridades que promoveria o ato, o movimento também fez um perigoso pedido em ofício enviado à Secretaria de Segurança Pública: queria a Polícia Militar distante porque “os movimentos sociais devem ter autonomia para promover sua própria segurança”.

Mas nem de longe foi o que se viu. Minutos depois da marcha degenerar no quebra-quebra de sempre, com vândalos destruindo o que estava no caminho, os líderes do MPL rasgaram o que escreveram: “Não escolhemos quem participa dos nossos atos. Não foi o MPL que começou e não conseguimos sequer terminar o nosso ato, pois quando chegamos perto do Largo da Batata fomos atingidos por bombas da polícia”, disse Lucas Monteiro, porta-voz do movimento, ao jornal Folha de S. Paulo. “A depredação não aconteceu durante o protesto, então não cabe ao MPL explicar o motivo”, completou. Uma resposta bastante incoerente para quem reivindicava autonomia para assegurar a segurança do ato.

A passeata desta quinta-feira foi convocada pelo MPL no dia 6 de junho em sua página no Facebook – a ideia de realizá-la já era debatida desde o dia 31 de maio. Nas redes sociais, os vândalos mascarados manifestaram apoio. Ao contrário do que diz o MPL, não era difícil, portanto, prever que o Black Bloc participaria – como ocorreu em todos os atos agendados pelo movimento, independentemente do tamanho do prejuízo causado pelos vândalos.

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A PM informou que destacou 500 homens para monitorar a manifestação e posicionou a Tropa de Choque e a Cavalaria para proteger o terminal de ônibus e a estação de metrô Pinheiros, considerados os principais alvos dos baderneiros – e onde o prejuízo ao patrimônio público poderia ser maior. Porém, ao contrário dos atos anteriores, a corporação abriu mão do protocolo eficaz de colocar homens caminhando lado a lado com os manifestantes, em cordões que sufocam atos de vandalismo e facilitam a identificação de quem esconde o rosto para depredar a cidade. Os policiais da chamada “tropa do braço”, praticantes de artes marciais e treinados para conter os vândalos, também não foram escalados. A PM diz que deixou seus homens distantes porque confiou – “e foi traída” – pelo MPL. Os danos causados pelos marginais deixaram claro que a decisão mostrou-se equivocada. Nesta sexta, o governador Geraldo Alckmin afirmou que essa estratégia será revista.

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MPL pede à PM que fique longe da manifestação e promete fazer a segurança: piada!

O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Fernando Grella Vieira, foi mais duro: “É inadmissível o acordo que foi feito entre a PM e o MPL. É inaceitável a inércia, houve uma falha no tempo de resposta da PM à ação daquele grupo de vândalos”, disse à Rádio Jovem Pan.

Foi assim também no Rio de Janeiro, onde os laços do MPL e dos Black Blocs se embaraçam com políticos de esquerda, como o deputado Marcelo Freixo (PSOL) e a ativista Sininho. No Rio, na greve do ano passado, o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe) resolveu turbinar a repercussão das manifestações de rua com um aval à ação dos mascarados. Os sindicalistas, amparados por quadros do PSOL e do PSTU que se instalaram no comando da entidade, afirmaram publicamente que o Black Bloc era, naquele momento, a “força de defesa” dos professores. Os mascarados entenderam o recado como uma convocação para o quebra-quebra, e assim fizeram. Quando mascarados mataram o cinegrafista Santiago Andrade, não houve professor para amparar a família da vítima.

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Em maio deste ano, novamente os professores resolveram fechar o trânsito para um protesto em frente ao Palácio Guanabara, na Rua Pinheiro Machado, uma via importante de ligação do Centro com a Zona Sul da cidade. A manifestação prendeu no trânsito uma ambulância com um paciente em estado grave – como mostrou uma foto publicada pelo jornal O Globo. O protesto não teve quebra-quebra nem bombas de gás. Mas não há como considerar pacífico um ato que deixa ambulâncias presas. No último 12 de junho, quando o Brasil se mobilizava para o início da Copa do Mundo, os protestos estavam programados para ocorrer em várias capitais. No Rio, uma categoria relativamente pequena – os aeroviários – resolveu usar a data simbólica para cobrar atenção para suas reivindicações. Os aeroviários fecharam, então, o acesso ao aeroporto do Galeão. Mais uma vez, não houve quebra-quebra, mas um número incerto de passageiros perdeu voos, compromissos, negócios e pacotes de férias por obra de algumas dezenas de manifestantes.

Os organizadores de protestos de rua em série têm, como ideal, um mundo em que as responsabilidades têm pesos e medidas diferentes. Uma manifestação de rua é, em resumo, um grande evento, com consequências para a cidade e seu entorno. Um ano depois da onda de protestos que chacoalharam o Brasil, qualquer movimento disposto a organizar um ato nas grandes cidades do país pode (e deve) prever que marginais mascarados aparecerão. É uma lamentável rotina que se repete especialmente em São Paulo e no Rio de Janeiro, onde está concentrado o comando do Movimento Passe Livre.

O MPL nega responsabilidade e quer distância quando suas marchas saem do controle. Mas seu silêncio quando os protestos deixam um rastro de destruição parece soar como passe livre para os black blocs.

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