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Obama já era sem nunca ter sido. Ou: O queixo de estátua de um pateta

Barack Obama já era sem nunca ter sido. Às vezes, a gente se orgulha de algumas coisas bestas, sem importância para ninguém a não ser para nós mesmos. E daí? Eu me orgulho de jamais ter caído na conversa deste senhor — e não porque eu seja contra todos os presidentes democratas e tenha predileção […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 02h21 - Publicado em 13 jan 2015, 03h59

Barack Obama já era sem nunca ter sido. Às vezes, a gente se orgulha de algumas coisas bestas, sem importância para ninguém a não ser para nós mesmos. E daí? Eu me orgulho de jamais ter caído na conversa deste senhor — e não porque eu seja contra todos os presidentes democratas e tenha predileção por republicanos. Não! Bill Clinton sempre me pareceu à altura do desafio. Procurem no arquivo do blog tudo o que escrevi sobre Obama desde quando pleiteou a vaga do Partido Democrata pela primeira vez. Sempre fiz troça do que chamava, então, de seu queixo de estátua. Mais de uma vez, ironizei a imprensa ocidental, especialmente a brasileira, que tinha a compulsão de chamar seus discursos de “históricos”. Eu gosto de palavras. Perguntava o óbvio: “Como se pode chamar de ‘histórico’ o que ainda não fez história?”. Ademais, inédito não é sinônimo de histórico.

Obama encarna a mais perfeita mistura da pompa com a incompetência. Não vou listar aqui o que considero os seus desastres. Atenho-me à questão da hora. É evidente que ele deveria ter estado na Marcha de Paris, até porque os EUA sofreram o maior ataque do terrorismo islâmico de que se tem notícia. Quarenta chefes de Estado perceberam o alcance do que estava em curso — não ele. Nesta segunda, a Casa Branca teve de admitir que errou no episódio e que deveria ter enviado um representante do governo americano mais graduado. Não, Obama não estava lá. O vice, Joe Biden, não estava lá. John Kerry, secretário de Estado, não estava lá. Por incrível que pareça, Eric Holder, procurador-geral dos EUA, estava lá para discutir os ataques a Paris. Mas não compareceu à marcha — esta, sim, histórica.

O que leva o governo do país mais importante e poderoso da Terra a cometer um equívoco dessa magnitude? A resposta é simples: descolamento da realidade. Pode-se entrar num debate interminável sobre as causas da perda de influência dos EUA no mundo — ela seria fatal ou é fruto de escolhas erradas? Há respostas para todos os gostos. Uma coisa, no entanto, é certa: não é com líderes como Obama que o país vai, quando menos, estancar a derrocada.

Obama acumulou até agora só desastres na política externa. Come brasa até de um líder decadente como Vladimir Putin. O feito mais notável de que pode se orgulhar, santo Deus!, é o reatamento dos EUA com Cuba — o que não deixa de ser um bom retrato da sua gestão. Para ilustrar o vexame, ainda que sem conexão com ele, os criminosos do Estado Islâmico conseguem invadir páginas nas redes sociais do Comando Central das Forças Armadas americanas. Não se roubou nenhum segredo. Apenas se tripudiou um pouco mais do gigante inerme.

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Obama é um amador. Como esquecer que esse pateta, em visita ao Egito, resolveu fazer um discurso dirigido a todo o mundo islâmico, no dia 4 de junho de 2009? Era, segundo ele, um novo começo das relações dos EUA com os muçulmanos. Um ano e oito meses depois, Hosni Mubaraki era deposto. A mal chamada Primavera Árabe agitou o mundo islâmico, a Irmandade Muçulmana venceu as eleições egípcias e já foi deposta por um golpe militar. Tanto aquele discurso ao lado de Mubaraki como o dar de ombros de agora para a marcha na França são emblemas da competência de Obama para lidar com os problemas do Oriente Médio.

E ele tem ainda dois longos anos pela frente. Dá tempo de fazer muita besteira. Mas sem perder aquele queixo de estátua e a capacidade de dizer o nada com muita pompa.

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