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Reinaldo Azevedo

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Legalização da maconha no Uruguai é obra da Open Society, de George Soros. Não acredita? Então pesquise, ora!

O Senado do Uruguai aprovou proposta que já havia passado pela Câmara. Tornou-se o país mais liberal do mundo no que diz respeito à maconha. Nunca antes na história do mundo um governo havia decidido, literalmente, estatizar a droga. O projeto de legalização plena da maconha não é coisa dos uruguaios, mas da organização Open […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 04h49 - Publicado em 11 dez 2013, 05h15
José Mujica, presidente do Uruguai: ele não é a cara da modernidade?

José Mujica, presidente do Uruguai: ele não é a cara da modernidade?

O Senado do Uruguai aprovou proposta que já havia passado pela Câmara. Tornou-se o país mais liberal do mundo no que diz respeito à maconha. Nunca antes na história do mundo um governo havia decidido, literalmente, estatizar a droga. O projeto de legalização plena da maconha não é coisa dos uruguaios, mas da organização Open Society, criada pelo multibilionário George Soros. Todas as ONGs e entidades que financiam a campanha pela legalização das drogas no Uruguai, no Brasil e em vários países periféricos são financiadas por ela. Teoria conspiratória? Coisa de lunáticos — como era, em outra esfera, o Foro de São Paulo, por exemplo?

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Tudo está ao alcance de alguns cliques. Entrem nas páginas dos lobbies em favor da descriminação ou da legalização de todas as drogas, vejam quem financia e persigam o dinheiro para ver aonde vai dar. Soros quer no mercado financeiro os bilhões de dólares que circulam no narcotráfico. E isso só é possível com a legalização plena de todas as drogas, não só da maconha. Esse é só o primeiro passo. Ele sabe que, nos EUA, essa proposta é impossível, apesar do avanço da campanha pró-maconha. Então tenta disseminá-la nos países pobres. O Uruguai, infelizmente, é o primeiro a cair.

A exemplo do que aconteceu em países com uma legislação muito liberal sobre drogas, vai crescer o consumo e aumentar o número de pessoas que experimentam a droga pela primeira vez, como ocorreu em Portugal, ao contrário do que se anuncia por aí.

A proposta é um absoluto despropósito. O que o governo do esquerdista José Mujica faz é estatizar a produção, a distribuição e a venda da droga. Se fosse coisa muito boa, duvido que o Uruguai seria o primeiro país a fazê-lo. O projeto aprovado é risível, é patético. Vai se criar um cadastro de usuários, e o estado venderá 40 gramas por mês a cada um. Distorção óbvia: não consumidores vão se alistar para obter a droga e repassar aos viciados; também os consumidores que não queimarem a sua cota de mato farão o mesmo. Nos dois casos, com ágio. Pronto! É o tráfico da maconha de volta.

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Indivíduos e cooperativas poderão plantar a droga — até seis pés. Problema: há espécies que atingem no máximo 90 cm; outras podem chegar a cinco metros. Pergunta: será permitido ter seis pés de cinco metros, mas não 20 pés de 50 cm? Dirigir sob o efeito da droga é proibido. Ocorre que o consumo de maconha só é detectável com exame de sangue. E o resultado não sai na hora.

O mais impressionante é que Mujica, o presidente, admite que o país não está preparado para isso. 61% dos uruguaios já se disseram contrários à legalização. Estima-se que, no país, de 3,4 milhões e habitantes, menos de 4% sejam consumidores. É claro que, na trilha da legalização da maconha, virá a pressão para legalizar as demais drogas. A grande fonte de renda do narcotráfico é a cocaína.

A pressão por lei semelhante vai crescer no Brasil, podem escrever, que já vive o drama da legalização informal do crack. Não custa lembrar. O Uruguai é um pouco maior do que o Ceará e tem uma população um pouquinho maior do que a do Piauí. Faz fronteira só com Brasil e Argentina e tem apenas 660 km de costa marítima. Com o Brasilzão e seus 200 milhões de habitantes, a história é outra: temos 9.230 km de litoral e fazemos fronteira com nove países. Quatro deles são altos produtores de cocaína — Colômbia, Venezuela, Peru e Bolívia — e um de maconha: o Paraguai. Vocês logo começarão a ouvir que o Uruguai é um exemplo a ser seguido pelo Brasil. Seria um desastre!

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Noto, adicionalmente, que essa não é uma decisão que diga respeito apenas ao Uruguai. O país está num continente; pertence ao um bloco econômico — o Mercosul. No mínimo, caberia ouvir os vizinhos. Sim, sim, a lei endurece a pena para o tráfico. Grande coisa! Existe tráfico até de tabaco, que é uma substância legal. É claro que as regiões fronteiriças — Argentina e Rio Grande do Sul — receberão um fluxo maior de traficantes. Trata-se apenas da velha e boa lei de mercado.

Mas José Mujica, com aquele seu ar de buldogue boa-praça, é tratado como um poeta. Então tá.

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