Não há mais dúvida: FHC marcou um golaço ao escrever a tal carta. Tanto que o articulista Marcelo Coelho, da
Folha, não gostou. Sempre que ele deixa de lado suas atividades de babá para pensar política, o céu da razão obscurece. As pessoas são livres para opinar, felizmente. Até Coelho. Pode-se fazê-lo com ou sem inteligência. O articulista começa falando uma inverdade ao dizer que FHC, dia desses, lamentou a falta de Carlos Lacerda. Não lamentou. O ex-presidente usou o político como exemplo de crispação retórica. Aliás, a
Folha fica devendo um “erramos”. Basta ler o jornal do dia para ver que o contexto não era de endosso a Lacerda. Coelho diz que a carta é constrangedora. Constrangedora é a mentira. O pior é que, me contam, ele não cuida de criança melhor do que pensa. Depois, evoca a famosa frase que o tucano nunca disse: “Esqueçam o que eu escrevi” e afirma que, talvez, fosse boa idéia. Ele não conhece a obra de FHC. Se conhecesse, saberia que não há motivo para esquecer nada. A sua obra intelectual é compatível com sua obra política. Eu topo provar isso para Coelho num debate livro sobre livro. Mas ele não vai porque estará lendo
Harry Potter para seu filhinho de 4 anos, conforme, me dizem, tem narrado em seu blog. O garoto ainda não lê sozinho? Desse jeito, não será o primeiro de Hogwarts. Outros vão aprender a voar primeiro. E, claro, o texto não faria jus às orelhas se não terminasse afirmando que todo mundo é igual. É claro que nada do que vem dessa pena me estranha. Esse é o rapaz que disse, certa feita, que Anatole France escreveu que o direito de dormir debaixo da ponte era o único que igualava ricos e pobres. Anatole France, é claro, nunca escreveu isso.
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