Discurso de Dilma na ONU: país mudou de nanico, mas não de megalomania. Ou: Há quem se orgulhe? Eu me envergonho
O Brasil continua sem política externa. O único guia da intervenção do país no cenário internacional é o antiamericanismo. Antonio Patriota mantém o padrão de seu antecessor, Celso Amorim. Mudamos de nanico no Itamaraty, mas não de megalomania. Vale dizer: a política externa continua megalonanica. Dilma já fez o seu discurso “histórico” (que preguiça!) na […]
O Brasil continua sem política externa. O único guia da intervenção do país no cenário internacional é o antiamericanismo. Antonio Patriota mantém o padrão de seu antecessor, Celso Amorim. Mudamos de nanico no Itamaraty, mas não de megalomania. Vale dizer: a política externa continua megalonanica.
Dilma já fez o seu discurso “histórico” (que preguiça!) na ONU. No dia em que o Brasil for presidido por um albino caolho, nunca antes na história do mundo a Assembléia da ONU terá sido aberta por um albino caolho… Isso se dá porque o país abre as assembléias gerais desde 1947. Tudo o que acontece de inédito por aqui será inédito por lá, entenderam? Já houve discurso inaugural até de presidente impichado: inédito aqui, inédito lá…
Dilma defendeu a plena admissão da representação palestina na ONU. É uma piada. Isso se daria sem que palestinos e israelenses tenham conseguido chegar a um acordo mínimo. Na prática, trata-se de mais um voto do Brasil contra Israel. Um trecho do discurso da presidente repete um boçalidade tipicamente lulesca: “Venho de um país onde árabes e judeus são compatriotas”.
Huuummm…
Dilma transforma uma das mais intrincadas questões do século passado, que chegou a este nosso, num conúbio da 25 de Março, a rua de comércio popular em São Paulo… No ano que vem, vou sugerir que ela dê o edifício em que moro como exemplo. Há 12 famílias de origem judaica em 17 apartamentos. Dona Reinalda, árabe, foi síndica durante três ou quatro anos.
Ou seja: o meu edifício é exemplo de como resolver o conflito israelo-palestino…
Há quem queira se orgulhar do discurso histórico? Bom proveito! Eu me envergonho. Quem sabe no dia em que o país for presidido pela Cuca ou pelo Boi-Tatá — e a ONU conhecerá outro ineditismo —, a gente dê melhor sorte. Ainda volto ao tema.