Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Reinaldo Azevedo Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Blog
Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
Continua após publicidade

Datafolha 1 – Só 23% aprovam governo Dilma, 44% o rejeitam; para 47%, presidente é desonesta, além de falsa (54%). Mas ela foi apagar velinha do PT, junto com Lula, na festa em que Vaccari brilhou. Só não é o Baile da Ilha Fiscal porque não há mar em BH e porque D. Pedro 2º era um homem honrado

Olhem esta foto, de Ricardo Bastos, do “Hoje em Dia”.   Agora vejam o gráfico com a popularidade da presidente Dilma, segundo dados de pesquisa Datafolha, publicados na Folha Online  e que devem ser detalhados na edição do jornal deste domingo. É claro que poderia ser ainda pior para a presidente… Sempre pode. Ela, no […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 02h09 - Publicado em 7 fev 2015, 19h07

Olhem esta foto, de Ricardo Bastos, do “Hoje em Dia”.

 

Dilma, Lula e Rui Falcão sopram as velinhas dos 35 anos do PT; à esquerda, José Nobre, o líder do governo na Câmara. É aquele cujo assessor usava a cueca como casa de câmbio...

Dilma, Lula e Rui Falcão sopram as velinhas dos 35 anos do PT; à esquerda, José Nobre, o líder do governo na Câmara. É aquele cujo assessor usava a cueca como casa de câmbio…

Agora vejam o gráfico com a popularidade da presidente Dilma, segundo dados de pesquisa Datafolha, publicados na Folha Online  e que devem ser detalhados na edição do jornal deste domingo.

Continua após a publicidade

Avaliação - Dilma 2.2015

É claro que poderia ser ainda pior para a presidente… Sempre pode. Ela, no entanto, atingiu o seu pior. Dilma tem hoje apenas 23% de ótimo e bom, contrastando com 44% de ruim e péssimo. É uma devastação. Nem nos momentos extremos da crise de 2013 ela chegou tão baixo. O saldo negativo é de espantosos 21 pontos. A raiz do problema? A roubalheira.

O prefeito Fernando Haddad (PT) — haverá um post só pra ele — e o governador Geraldo Alckmin (PSDB) — idem — também veem cair sua popularidade: o tucano está com 38% de ótimo e bom e com 24% de ruim e péssimo, e o petista com 44% de ruim e péssimo e 20% de ótimo e bom. Daí que me pareça desafiar os fatos e o bom senso a afirmação que faz Marcelo Leite na Folha, a saber: “A queda abrupta de popularidade arrasta a presidente Dilma Rousseff (PT), o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e o prefeito da capital, Fernando Haddad (PT), juntos, para a vala comum da rejeição”. Leite ache o que quiser, mas é bobagem. Os números provam.

Continua após a publicidade

“Vala comum” é vala comum, não é? Os cadáveres não se distinguem. Dilma certamente trocaria seus 23% de ótimo e bom e 44% de ruim e péssimo pelos apenas 24% de ruim e péssimo e 38% de ótimo e bom de Alckmin, não é, Leite? Mas garanto que o tucano não aceitaria o convite. Da mesma sorte, o prefeito permutaria os seus apenas 20% de ótimo e bom e 44% de ruim e péssimo com os índices do governador. Mas, de novo!, acho que o tucano não toparia. As palavras fazem sentido. Se Leite diz que os três estão na “vala comum”, tanto faz ser rejeitado por 44% ou por 24%; não há diferença entre ser aprovado por 20%, 23% ou 38%. Quando uma opinião contraria a matemática, é o caso de fazer um “erramos”. Mas sigamos adiante. Publico também os gráficos referentes a Alckmin e Haddad, mas escreverei posts específicos sobre cada um.

Avaliação - ALckmin 2.2015

Avaliação - Haddad 2.2015

Continua após a publicidade

Corrupção
Dilma foi eleita faz três meses. Não vi a edição impressa do jornal e não sei se o Datafolha, desta feita, fez aquela “pesquisa-recall” que já fez com Alckmin. Três semanas depois da eleição, o instituto quis saber se ele ainda seria reeleito. Seria. No primeiro turno. Não se fez o mesmo em relação a Dilma. Acho que, hoje, ela não seria reeleita.

A resposta a algumas perguntas dá as pistas. Apesar do descalabro, a corrupção ainda não aparece em primeiro lugar entre os problemas, segundo os entrevistados: a saúde está na ponta, com 26% das citações. A roubalheira vem em segundo lugar: 21%. Mas esperem. Há pouco mais de três meses, os hospitais públicos já não eram tão miseráveis como hoje, e o atendimento, uma lástima? Sim! Mas o que já é muito ruim fica parecendo muito pior quando as pessoas sabem que estão sendo assaltadas de maneirainédita, como “nunca antes na história deste país”, para lembrar o chavão de Dom Lulone, o Poderoso Chefão do PT.

Datafolha - Problemas 1

Continua após a publicidade

Pois é. Afirmam ter tomado conhecimento das informações do petrolão 86% dos entrevistados, e 30% se dizem bem informados. Avaliam que a presidente sabia da roubalheira 77%; 52% consideram que ela sabia e deixou rolar; só 25% acreditam que, sabendo, ela nada poderia ter feito. Magros 14% a tomam como a pomba lesa, que a tudo ignorava. Inexpressivos 8% opinam que a corrupção é irrelevante para a estatal, contra 82% que concluem o óbvio: a empresa está sendo prejudicada — para 45%, um malefício que vai durar muito tempo, pondo em risco o futuro da gigante decadente.

Datafolha - Problemas 2

Estelionatos
Não é só a corrupção a manchar a reputação da presidente. A sua impressionante coleção de estelionatos eleitorais também está pegando. Seis em cada dez entrevistados afirmam que Dilma mentiu na campanha eleitoral: 46% opinam que ela disse mais mentiras do que verdades, e 14%, só mentiras. Quando a governanta foi reeleita, só 6% acreditavam que a sua própria situação econômica iria piorar; agora, são 23%.

Continua após a publicidade

Desonesta
Até havia pouco, a imagem pessoal de Dilma era um tanto descolada dos desastres de seu governo. Eu mesmo cansei de ouvir, em todas as camadas sociais: “É, ela não é boa, mas é honesta”. A pesquisa detecta um outro sentimento: para 47%, Dilma é desonesta, além de falsa (54%); 50% a tomam por indecisa. Entre os petistas, 15% apontam desonestidade, e 19%, falsidade.

De volta ao bolo
E olhem que os dissabores da operação Lava Jato, até agora, só atingiram os empreiteiros, apontados pela imprensa, pela Justiça e pelo Ministério Público como os grandes vilões. Ainda falta a cota que cabe aos políticos. Há quem diga que, nesse caso, a carga sobre os ombros de Dilma vai diminuir. Pois é… Acho que vai aumentar.

Ainda não li a edição impressa do jornal e não sei se há lá mais dados para satisfazer a minha curiosidade. Seria interessante saber se a população, hoje, aprovaria o impeachment da presidente — sempre lembrando que, se a deposição atingir também o vice antes de dois anos, a Constituição exige que se realizem novas eleições em 60 dias. Também gostaria de saber se Dilma seria reeleita caso a disputa fosse hoje.

Dilma apagando velinha nos 35 anos do PT, ao lado de Lula, com João Vaccari Neto na plateia? Não é o Baile da Ilha Fiscal porque não há mar em Belo Horizonte e porque, afinal, Dom Pedro 2º era um homem honrado.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.