Terceira vida?
São poucos os que ainda lembram, mas o Senado abrigou em 2001 uma CPI das ONGs destinada a apurar falcatruas idênticas as que acabam de brotar no Ministério do Trabalho e na Fundação Banco do Brasil. A investigação foi desacreditada por um detalhe simples: tanto os parlamentares – que lucram com as maracutaias não-governamentais – […]
São poucos os que ainda lembram, mas o Senado abrigou em 2001 uma CPI das ONGs destinada a apurar falcatruas idênticas as que acabam de brotar no Ministério do Trabalho e na Fundação Banco do Brasil.
A investigação foi desacreditada por um detalhe simples: tanto os parlamentares – que lucram com as maracutaias não-governamentais – quanto o Planalto, que fecha os olhos para a roubalheira, não tiveram interesse em apurar o descalabro com dinheiro público na ocasião.
Mas a força dos fatos, sempre ela, insiste em revelar novas e criativas traficâncias no duto das ONGs. Em 2006 e 2007, a CPI das ONGs retornou ao Senado.
Muitos dos que estão na casa hoje ainda se lembram dela e de como a então senadora Ideli Salvatti — comandante da tropa governista — e seus colegas se esforçaram para esvaziar o quórum das reuniões, de modo a sepultar qualquer tentativa de investigação.
Ideli não queria dar discurso para a oposição, mas não viu problema em continuar dando dinheiro aos corruptos. Quem sabe quantos milhões? O ex-senador Heráclito Fortes, que presidiu a CPI das ONGs na segunda fase, lamenta:
– Se o governo não tivesse boicotado, isso poderia ter sido evitado.