Site do Exército apaga notícia sobre aumento da produção de cloroquina
Matéria estava no ar pelo menos até a terça-feira da semana passada e foi retirada em meio à CPI da Pandemia no Senado
Publicada no site do Exército Brasileiro em 31 de março do ano passado, a notícia intitulada “Laboratório Químico Farmacêutico do Exército intensifica a produção de cloroquina” foi retirada do ar em meio à CPI da Pandemia no Senado. O plano de trabalho da comissão elencou como um dos alvos da investigação a produção e distribuição de medicamentos sem eficácia comprovada, citando especificamente a cloroquina — frequentemente defendida pelo presidente Jair Bolsonaro.
De acordo com uma versão da página armazenada pelo Google (em “cache”), o texto estava no ar pelo menos até a terça-feira da semana passada, às 11h45, no horário de Brasília. O Radar procurou o Centro de Comunicação Social do Exército na manhã desta terça, mas não obteve resposta até o momento.
A notícia do Exército dizia que, “após o surgimento de diversos casos da doença respiratória causada pelo coronavírus (COVID-19) na China, o governo brasileiro, preocupado com a proliferação do vírus, vem adotando medidas de preparação e orientação dos serviços de saúde e da população em todo o país”.
“Considerando o atual cenário de aumento do número de casos de infecção pela COVID-19 em território nacional, combatendo a disseminação do novo vírus e focando na produção de possíveis medicamentos para o tratamento, ainda que permaneçam em fase de estudos para a comprovação de sua segurança e sua eficácia, o Laboratório Químico Farmacêutico do Exército (LQFEx) intensificou a produção do medicamento Cloroquina 150 mg, apoiado pelo Laboratório Farmacêutico da Marinha (LFM) e pelo Laboratório Químico Farmacêutico da Aeronáutica (LAQFA)”, informou a matéria.
O texto aponta ainda que o laboratório é o detentor do registro da Cloroquina 150 mg na Anvisa e aumentou a sua produção a partir de 23 de março do ano passado. “A Cloroquina é usada no Brasil para o tratamento da Artrite, do Lúpus e da Malária e está em falta nas farmácias em virtude da divulgação do seu uso contra o coronavírus, o que exige, a partir de agora, um maior controle na venda desse medicamento”, justificou.
Um detalhe: na página oficial do Exército Brasileiro no Facebook, um post que direciona os seguidores para a notícia continua publicado, mas quem clica no link vê uma mensagem de erro: “O conteúdo não pôde ser encontrado”.
O alerta sobre a matéria removida foi feito por um perfil no Twitter contrário ao presidente Bolsonaro, o @jairmearrependi, que marcou na postagem o presidente da CPI, Omar Aziz, o vice, Randolfe Rodrigues, e o relator, Renan Calheiros.
A reação de Lula ao ser aconselhado a decretar intervenção na segurança do Rio
A provocação de Lázaro Ramos após megaoperação no Rio
Paulo Betti causa divergências ao falar sobre megaoperação no Rio
Quem são os chefões do Comando Vermelho mortos na megaoperação do Rio
Combate ao tráfico: Cláudio Castro se sai melhor que Lula, aponta pesquisa







