Relatório da CPI chega a senadores em carrinho e envelopes lacrados
Relator Renan Calheiros vai ler documento final na comissão nesta quarta
O relatório da CPI da Pandemia chegou há pouco à sala da comissão no Senado em envelopes lacrados em cima de um carrinho, levado por assessores do relator Renan Calheiros. Os volumes são o resultado dos seis meses de investigação da comissão. O documento sugere o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro por crimes contra a humanidade devido a sua atuação na crise da pandemia da Covid-19.
Inicialmente, Calheiros chegou a apontar no seu relatório que os crimes atribuídos ao presidente caracterizariam um genocídio em relação aos povos indígenas, mais suscetíveis a contraírem doenças graves. A tipificação, contudo, não foi consenso entre os sete senadores oposicionistas que compõem a maioria da CPI, o chamado G7.
A possibilidade de inclusão específica do termo genocídio causou um racha no grupo de oposição a Bolsonaro, que passou a maior parte da CPI coeso nas decisões. Na noite de terça, os senadores se reuniram na casa de Tasso Jereissati e Renan voltou atrás na questão do genocídio. O relatório trocou a tipificação por “crimes contra a humanidade”. “Eu concordei com as mudanças, todos nós fizemos concessões. Só isso nos levou a essa patamar de acordo, de consenso”, disse o relator, na chegada à comissão, minutos atrás.