Planalto deixou ministros vendidos com decisão sobre Copa América
O chefe da Saúde e seus colegas de governo foram informados da ideia em curso no gabinete presidencial pouco antes do resto do país
Quando o chefe da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, telefonou aos ministros do governo envolvidos com a possível realização da Copa América no Brasil, o prato feito já estava frio na mesa de Jair Bolsonaro. A versão de que tudo foi discutido e planejado, portanto, ficou na conta da ficção palaciana, coroada com a fala do próprio ministro da Casa Civil no fim do dia, nesta segunda, afirmando que não havia nada certo.
A bizarra versão do governo de que tudo estava em ordem caiu por terra com a confirmação, por integrantes da cúpula da própria CBF, da completa desorganização da Conmebol diante do anúncio da realização do torneio no Brasil. Copa América no país? Onde? Ninguém sabia sequer apontar as cidades que receberiam os jogos. Por uma questão elementar. Até o telefonema dos cartolas para Bolsonaro, o projeto não existia.
Chefe da Saúde, Marcelo Queiroga e os ministros do Turismo, Gilson Machado, e do Esporte, João Roma, foram informados da ideia brilhante em gestação no gabinete presidencial pouco antes do resto do país. Ninguém conseguiria contribuir com a organização de evento desse porte à queima-roupa. Mas foi assim mesmo que a decisão foi tomada. Puro improviso.
Quando anunciou a nova sede da Copa América, o presidente da Conmebol, Alejandro Dominguez, fez questão de agradecer a Bolsonaro. “Quero agradecer muito especialmente ao presidente Jair Bolsonaro e a seu gabinete por receber o torneio de seleções mais antigo do mundo. Igualmente meus agradecimentos vão para o presidente da CBF, Rogério Caboclo, por sua colaboração”, disse o dirigente nas redes sociais.