No julgamento sobre suspeição de Moro, Gilmar dispara: ‘juiz acusador’
Ministro fala em 'indícios de parcialidade anunciada' e critica postura do ex-juiz na condução dos processos da Lava-Jato

Ao fazer a leitura de seu voto sobre a suspeição do ex-juiz Sergio Moro nas ações relacionadas a Lula, o ministro Gilmar Mendes fez — como era de se esperar — uma série de críticas à Lava-Jato e seu modus operandi.
Sobre a suspeição de Moro, Gilmar disse ter elaborado uma “biografia de um juiz acusado”, chamando Moro de “juiz acusador”. Segundo ele, “a partir desse fenômeno de Curitiba”, a Justiça Federal vive a “pior crise” desde sua fundação.
Gilmar não poupou críticas ao funcionamento da Lava-Jato e, citando o caso do ministro do STJ Marcelo Navarro Ribeiro Dantas, disse que “magistrados que eventualmente concedessem habeas corpus na Lava-Jato corriam risco de ser massacrados por este conluio vergonhoso que se estabeleceu entre a mídia e os procuradores”.
Além disso, o ministro comparou as “indigitadas dez medidas” contra a corrupção capitaneada pelo procurador Deltan Dallagnol aos modos de agir de promotores de justiça soviéticos e ao AI-5.
“Ninguém pode se achar o ó do borogodó. Cada um terá o seu tamanho no final da história. Calcem as sandálias da humildade. Eram as palavras deste que vos fala em dezembro de 2016. Na presença dos membros da Lava Jato e do juiz Sérgio Moro”, disse Gilmar.
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