Lira adia reformas e apela a cabeças do PIB por união para frear pandemia
'É humanamente impossível tocar reformas para daqui a 20, 30 anos, quando não sabemos como estará o amanhã na vida das pessoas', disse Lira a empresários

Chefe da Câmara, Arthur Lira esteve em São Paulo nesta segunda para uma conversa com algumas das principais cabeças da elite brasileira. De Jorge Paulo Lemann a Roberto Setubal, de Abilio Diniz a Luis Carlos Trabuco foram pelo menos 20 bilionários no encontro. A pauta? A ausência completa de comando no país nesse que é o pior momento da pandemia.
Lira, segundo dois empresários presentes na conversa, atuou para traduzir a gravidade da situação e propor saídas. “Temos que discutir aqui uma parceria com a iniciativa privada, com parte legislativa e do governo”, disse Lira.
O deputado que comanda a Câmara deixou claro que o momento é de “ouvir e dialogar” com as cabeças do PIB para construir uma “proposta de combate mais incisivo da pandemia”.
“A semana passada, tínhamos duas pautas importantes: leitos e vacinas. Em menos de uma semana, apareceram mais dois problemas, oxigênio e insumos. Tivemos há pouco uma reunião com os maiores hospitais privados do Brasil, com os maiores planos de saúde, com vários representantes da sociedade médica, para envolver a abertura de novos leitos. Para que a gente possa discutir novos insumos. O quadro é de muita dificuldade”, disse Lira aos empresários.
Para o presidente da Câmara, até que o país saia desse colapso que mata quase 3.000 brasileiros por dia, não há como o Congresso seguir com a agenda de reformas econômicas. “Fomos surpreendidos com essa nova onda que está imobilizando o Congresso. É humanamente impossível tocar reformas estruturantes para daqui a 20, 30 anos, quando não sabemos como estará o amanhã, a próxima semana, na vida das pessoas. O SUS precisa de atenção. Nós estamos com muitas dificuldades”, disse Lira aos empresários.
O sentimento foi de total alarme e entendimento sobre a gravidade da situação. Resta saber se a ficha também cairá no Palácio do Planalto.
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