Em decisão, Moraes cita ameaças de Jefferson ao STF, ao Senado e à CPI
'O representado faz parte do núcleo político, que tem por um de seus fins desestabilizar as instituições republicanas', diz ministro

Nas 38 páginas da ordem de prisão contra Roberto Jefferson, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, lista uma série de ameaças realizadas pelo cacique do PTB, Roberto Jefferson, aliado de Jair Bolsonaro, para demonstrar que o ex-deputado faz parte do “núcleo político” de uma organização criminosa especializada no uso de fake news para atacar instituições e desestabilizar a democracia.
Jefferson, segundo Moraes, “ofendeu a dignidade e o decoro de Ministros do STF, Senadores integrantes da CPI da Covid-19 e outras autoridades públicas, dizendo “(…) Concentrar as pressões populares contra o Senado e, se preciso, invadir o Senado e colocar para fora da CPI a pescoção (…)E quando a gente vive essa ameaça à ordem institucional pela corrupção, tanto do Supremo, que é corrupto, tanto do Senado, que é corrupto, não há saída”.
“Elementos demonstram uma possível organização criminosa – da qual, em tese, o representado faz parte do núcleo político – , que tem por um de seus fins desestabilizar as instituições republicanas, principalmente aquelas que possam contrapor-se de forma constitucionalmente prevista a atos ilegais ou inconstitucionais, como o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL e o próprio CONGRESSO NACIONAL, utilizando-se de uma rede virtual de apoiadores que atuam, de forma sistemática, para criar ou compartilhar mensagens que tenham por mote final a derrubada da estrutura democrática e o Estado de Direito no Brasil”, diz Moraes.
“Essa organização criminosa, ostensivamente, atenta contra a Democracia e o Estado de Direito, especificamente contra o Poder Judiciário e em especial contra o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, pleiteando a cassação de seus membros e o próprio fechamento da Corte Máxima do País, com o retorno da Ditadura e o afastamento da fiel observância da Constituição Federal da República”, segue o ministro.