CPI quer apurar aglomerações provocadas por Bolsonaro em passeios no DF
Requerimento do senador Eduardo Girão pede ao Planalto que envie uma planilha contendo registros de deslocamentos de Bolsonaro desde março de 2020
Os passeios do presidente Jair Bolsonaro pelo comércio de Brasília e entorno do Distrito Federal em plena pandemia da Covid-19, que provocaram aglomerações e contrariaram recomendações sanitárias, entraram na mira da CPI instalada nesta terça-feira no Senado.
Um requerimento protocolado pelo senador Eduardo Girão (Podemos-CE), que se declara independente do governo, pede à Presidência que envie uma planilha contendo os registros (data, local, autoridades envolvidas, etc) relativos aos deslocamentos de Bolsonaro desde o dia 1º de março do ano passado, quando o coronavírus já estava no país.
Na justificativa para o requerimento, Girão diz que a CPI tem como um de seus objetos apurar as ações e omissões do governo federal no enfrentamento da pandemia da Covid-19 no Brasil. E lembra que a Constituição Federal “não admite retrocessos injustificados no direito social à saúde e que, especialmente em tempos de emergência sanitária, as condutas dos agentes públicos contraditórias às evidências científicas de preservação da vida não devem ser classificadas como atos administrativos legítimos, sequer aceitáveis”.
As informações requisitadas, de acordo com o senador, “permitirão a elucidação de diversos aspectos relacionados ao objeto de investigação da presente Comissão”. Girão se candidatou para presidir a CPI, mas recebeu apenas três dos 11 votos na terça-feira. Ele é autor do requerimento da comissão que investiga também estados e municípios, abarcada pela base governista quando o STF determinou a criação da CPI proposta para investigar o governo federal.