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Captura ilegal de dados na Lava Jato motiva blitz nacional do CNMP

Método de obtenção de informações de investigados será apurado no país

Por Lucas Vettorazzo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 23 ago 2021, 18h21 - Publicado em 23 ago 2021, 16h32

O Conselho Nacional do Ministério Público, órgão que fiscaliza as atividades dos MPs nos Estados e o MPF, fará uma devassa nacional nos métodos de investigação de promotores e procuradores. 

O CNMP determinou em portaria publicada nesta segunda uma “correição extraordinária” em todas as unidades do Ministério Público do país.

O objetivo é que o órgão tenha conhecimento de “todos os meios de investigação eventualmente utilizados pelo Ministério Público brasileiro e que possam atingir direitos e garantias individuais”. 

Os métodos seriam: atividades de interceptação telefônica, de telemática ou de informática; soluções de análise e para coleta de dados; e soluções de intrusão de aparelhos eletrônicos, sejam smartphones ou câmeras de vigilância.

Em despacho, o corregedor Rinaldo Reis Lima diz que o CNMP quer apurar a existência e o funcionamento de sistemas que capturam dados dos investigados. 

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Há a suspeita de que esse tipo de expediente pode ter sido negociado para ser usado por procuradores da operação Lava Jato. Segundo lotes de mensagens roubadas por um hacker do celular de autoridades, procuradores receberam oferta para a contratação de um software chamado Pegasus, que é um programa usado para monitorar jornalistas, opositores, políticos e ativistas ao redor do mundo.

Essas suspeitas foram levantadas pela defesa do ex-presidente Lula com base em trechos de conversas entre procuradores constantes nos autos da operação Spoofing, da PF. Segundo integrantes do Ministério Público Federal, o público confunde o programa Pegasus, que serve para invadir celulares remotamente, com um outro, este sim utilizado pela força-tarefa, chamado Cellebrite. Este software é usado, por exemplo, para desbloquear celulares apreendidos por meio de mandados judiciais.

A crítica entre as defesas de réus da Lava Jato é a de que dispositivos que permitem invasão de celulares podem esbarrar em questões de abuso ao direito à privacidade.

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Advogados de réus da Lava Jato no Rio cujos clientes tiveram seus dados capturados por máquinas desse tipo já estão protocolando pedidos de suspensão dos processos, já que não se sabe que tipo de conclusão sairá das apurações do CNMP. 

A defesa do operador Ary Filho, acusado no esquema de desvios do ex-governador do Rio Sergio Cabral, entrou com uma petição nesta segunda pedindo a suspensão a tramitação de sua ação.

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