Bolsonaro vê dilema entre ‘arrumar o país’ ou ‘perder para o PT’
Na visão do presidente, a janela para sacrifícios e desgastes com o eleitorado acabou no governo; o que passar a partir de agora é na conta do Congresso

No fim de semana, Jair Bolsonaro rasgou de vez a fantasia ao falar sobre as medidas impopulares e reformas que o governo tanto precisa aprovar no Congresso para tirar o país da crise. Na visão do presidente, a janela para sacrifícios e desgastes com o eleitorado acabou.
“Não dá para arrumar o país e perder a eleição para o PT”, disse Bolsonaro a importante ator do debate das reformas no Congresso.
Na visão do presidente, a entrada de Lula no jogo de 2022 abreviou o calendário para cortes e ajustes. Bolsonaro, como vem fazendo nas últimas semanas, não tirará completamente o apoio da pauta de Paulo Guedes, mas já deixou bem claro aos aliados do Parlamento e a seus ministros que não irá se empenhar pessoalmente na votação de medidas.
Não deixa de ser surreal, mas “não atrapalhar” é o máximo que Bolsonaro tem a oferecer aos aliados que defendem a pauta de reformas e corte de gastos. Tudo que for votado agora fica na conta do Congresso e de Guedes. Bolsonaro acredita que conseguirá chegar na eleição e culpar o ministro e o Legislativo pelas promessas que não cumpriu e pelos ajustes – positivos – que seu governo realizou.