O tico-tico de Beto Richa
Em áudio em poder da Justiça, o ex-governador pede a delator que cobre de empreiteiro o pagamento de propina
Uma das principais provas obtidas pelo Gaeco, que levou à prisão do ex-governador Beto Richa (PSDB), é uma gravação em que o tucano fala abertamente sobre o recebimento de propina por parte das empreiteiras que participavam da Patrulha do Campo, programa destinado à manutenção de estradas rurais no interior do Paraná. No áudio, Richa afirma ao empresário e ex-deputado estadual Tony Garcia, delator do esquema, que o empreiteiro Celso Frare, dono da Ouro Verde, havia recebido o pagamento do DER, que ele chama de “tico tico”.
Garcia diz que, apesar do governo ter pago o empreiteiro, Frare não pagou sua “parte”, no que seria uma referência a propina de Beto. O governador afirma então que Garcia teria de “ir para cima” para cobrar o empresário.
Antonia Lélia Sanchez, que defende o tucano, afirmou que a defesa não teve acesso aos autos e que o ex-governador está “sereno e sempre se colocou à disposição da Justiça para esclarecer os fatos”