Deram em nada os esforços do PT para chegar nos trinques às vésperas do início da próxima campanha presidencial. Perdão! Sejamos justos com o PT: deram em nada os esforços de Lula para chegar nos trinques. Porque o PT limitou-se como sempre a obedecer às suas ordens.
Lula entregou-se à polícia convencido de que sua passagem pela prisão seria breve. Quando muito, poderia ser solto antes mesmo das eleições de 2018. Se não fosse, preso ficaria em casa, influindo com mais liberdade nos destinos da escolha do sucessor de Temer.
Se nada disso fosse possível, pelo menos no cárcere concederia entrevistas e até gravaria vídeos para irem ao ar nos programas de propaganda eleitoral do candidato a ser abençoado por ele — um boneco que dissesse “Lula sou eu e eu sou Lula. Se eleito, farei o que ele mandar”.
Nada disso deu certo. Do cárcere não sairá tão cedo. “Por que sairia? Só por que é Lula?”, perguntou, ontem, um ministro do Supremo Tribunal Federal numa roda de conversa com amigos. Está proibido de dar entrevistas e de gravar vídeos de campanha.
Foi incapaz de unificar a esquerda em torno do seu nome como desejava. Por suas palavras e obras, deixa uma legião de feridos dentro e fora do PT. Dentro, por exemplo: Marília Arraes, em Pernambuco, e José Pimentel, no Ceará, o senador impedido de tentar se reeleger.
Fora do PT, por exemplo: Ciro Gomes (PDT), de quem subtraiu o apoio que o Partido Socialista Brasileiro (PSB) lhe daria. O apoio significava mais 44 segundos de tempo de propaganda para Ciro no rádio e na televisão. Se os 44 segundos não pudessem ser do PT, que não fossem de ninguém. Não serão de ninguém.
Lula livre e candidato dá lugar a Lula preso e sem volta à Presidência da República.