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Que país é esse que o presidente Jair Bolsonaro diz governar

Para alimentar o apetite dos seus devotos

Por Ricardo Noblat
Atualizado em 24 set 2020, 10h25 - Publicado em 23 set 2020, 08h00

Mentira nada tem a ver com fingimento, polêmica, controvérsia, desacerto ou engano. Mentira é uma afirmação ou negação que se faz sabendo-se de antemão que é falsa, o contrário da verdade.

O discurso do presidente Jair Bolsonaro, ontem, na abertura de mais uma Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), está repleto de mentiras e de meias verdades.

Foi um discurso coerente com sua trajetória desde o tempo dos quartéis quando planejou implodir um deles com a ajuda de bombas, à sua longa estadia na Câmara, e até chegar onde está.

Por isso não choca quem o conhece. Não foi um discurso feito para convencer ninguém, nem mesmo seus devotos, convencidos e obedientes. Esses só precisam ser bem alimentados.

No mundo da pós-verdade, onde cada um escolhe no que acreditar, Bolsonaro destilou as suas, nenhuma original, uma vez que ele as repete sem cansar nem ligar para seus efeitos.

Disse que durante a pandemia do Covid-19 concedeu auxílio emergencial de aproximadamente mil dólares a 65 milhões de brasileiros mais pobres (mentira).

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Disse que estimulou, ouvindo profissionais da saúde, o tratamento precoce da doença. (Não disse que o fez exaltando os supostos benefícios do uso de uma droga ineficaz.)

Disse que se mais não fez quanto a isso foi porque a Justiça decidiu que as ações de combate à pandemia deveriam ficar sob total responsabilidade de governadores e prefeitos.

(Mentira. A Justiça decidiu apenas que Estados e municípios têm autonomia para tomar decisões contra a propagação da covid-19, o que não tira a responsabilidade do governo federal.)

Disse que o Brasil é líder em conservação de florestas tropicais. (Mentira. Foi o país que mais perdeu esse tipo de cobertura vegetal primária em 2019 – cerca de 1,3 milhão de hectares.)

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Disse que mantém a “política de tolerância zero com o crime ambiental” (mentira). E responsabilizou índios e caboclos pelos incêndios na Amazônia e no Pantanal (mentira).

Sugeriu que a Venezuela foi culpada pelo fato de o Brasil ter sido vítima no ano passado de “um criminoso derramamento de óleo” em suas praias. (A Marinha não apontou culpados até agora.)

Disse que em seu governo, o Brasil abandonou o protecionismo e abriu-se para o comércio mundial. (Mentira. Isso aconteceu quando o presidente Fernando Collor chegou ao poder.)

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E disse que no primeiro semestre de 2020, apesar da pandemia, houve um aumento do ingresso de investimentos no Brasil em comparação com o mesmo período do ano passado.

(Mentira, outra vez. Os investimentos diretos no país de janeiro a julho de 2019 somaram US$ 36,4 bilhões. Neste ano, no mesmo período, US$ 25,5 bilhões, uma queda, portanto, de 30%.)

Que mais? Não basta para um discurso de 15 minutos?

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