
Texto do dia 10/06/2015
Com frequência, a presidente Dilma Rousseff diz coisas que à primeira leitura parecem confusas. À segunda leitura se revelam, de fato, confusas.
Do que ela disse em entrevista à Deutsche Welle, rede pública alemã de rádio e televisão:
– Um dos ônus [de se combater a corrupção] é acharem que nós é que fazemos a corrupção.
De onde Dilma tirou isso? De tratados internacionais sobre o tema? Quais? De sua experiência pessoal? Como?
Quem combate de fato a corrupção não costuma ser suspeito de corrupção. Quem faz de conta que combate costuma ser suspeito, sim.
Depois que sua cúpula foi em cana por corrupção, o PT inventou a história de que a corrupção não aumentou depois que ele chegou ao governo.
O que houve é que a corrupção mais facilmente começou a ser descoberta devido ao seu empenho em combatê-la.
Lorota pura!
Se fosse verdade ninguém acusaria de corrupção os governos do PT, como se queixa Dilma.
Como acreditar que os governos do PT são os campeões no combate à corrupção se Lula não reconhece, por exemplo, que o mensalão existiu? Se Dilma foge do assunto quando provocada? Se o partido não puniu seus próprios corruptos?
Como acreditar que o primeiro governo Dilma combateu frontalmente a corrupção se ela se refere ao escândalo da Petrobras como obra de apenas meia dúzia de funcionários da empresa?
Isso é debochar da gente.
Dilma já tentou ser conhecida como “a faxineira ética”. No primeiro ano do seu primeiro mandato, demitiu meia dúzia de ministros sob a suspeita de terem roubado e deixado roubar.
Antes do fim do mandato, vários deles – e seus partidos – estavam novamente de volta ao governo.
Dilma já trocou um ministro de lugar porque assim mandou o chefe do partido ao qual o ministro era filiado.
Detalhe: o chefe do partido do ministro é um mensaleiro. Estava na cadeia quando exigiu a cabeça dele.