Inverno: Revista em casa por 8,98/semana
Imagem Blog

Noblat

Por Coluna Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
O primeiro blog brasileiro com notícias e comentários diários sobre o que acontece na política. No ar desde 2004. Por Ricardo Noblat. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

Centrão, centro e centrinhos (por Gaudêncio Torquato)

A nova ordem

Por Gaudêncio Torquato
Atualizado em 18 nov 2020, 20h04 - Publicado em 2 ago 2020, 10h00

Ao sair do Centrão, bloco até então com 221 deputados, MDB e DEM se tornam os pesos da balança a pender para situação ou oposição ao governo. Permanecer no meio, brandindo independência, é conversa fiada. Uma eventual base governista continuará sendo uma incerteza, pois o que vale é o pragmatismo. O governo conseguirá uma sólida e duradoura articulação com o Congresso?

Os dois partidos avaliarão o governo pelo crivo da sociedade e seus resultados dependem da economia. Recuperação restrita e lenta servirão à base oposicionista; a recíproca é verdadeira. Se o Brasil voltar a impulsionar a confiança de investidores, a taxa do PIB, o produto nacional da felicidade bruta, poderá voltar a enxergar Bolsonaro como principal protagonista para 2022.

Mas o caminho é longo e só permite projeções gerais, pois nem sabemos quem entrará no jogo. Comecemos com o Covid-19, cujos seus efeitos devem ser sentidos até o próximo ano.

Na sombra do medo, a política tende a receber um voto mais crítico nas eleições deste ano e na de 2022. Os partidos olham com lupa o estado d’alma da sociedade. Mais pistas: o governo deve ampliar e reforçar o cobertor social com o programa Renda Brasil para as margens, a partir do Nordeste.

Digamos que se repartam os recursos do Programa entre as classes sociais. Como agirão as periferias das grandes cidades? Só o Estado de São Paulo tem 46 milhões de eleitores. Como atenderá a essas massas? Outro elemento decisivo, as classes médias. Lembremos a imagem da pedra jogada no meio do lago: as marolas correm até a beira. As classes C, D e E poderão ser influenciadas.

Continua após a publicidade

Nesse meio da pirâmide emerge a forte expressão dos profissionais liberais, cujo discurso flui para toda a sociedade. São fontes qualificadas, porta-vozes, difusores de mídias sociais, que vocalizam o pensamento social. As classes médias, por volta de 50% da população, tendem a ser mais críticas e de oposição.

Portanto, os centristas terão importância fundamental no processo político em transição. Reforço esse termo – transição. Não há condições sociais e políticas de duas alas segurarem o cabo de guerra – esquerda e direita. Assim, a polarização caminha para o arrefecimento. O eleitorado está saturado de abordagens de baixo nível e querelas tomadas pelo ódio. O Brasil carece de esforço suprapartidário para vencer as batalhas sanitária, econômica e política.

Além disso, por descrédito na política, uma intensa organicidade se desenvolve. As pessoas procuram centros de referência – associações, sindicatos, movimentos, grupos de ação. Milhares de centrinhos sociais se formam em novos polos de poder.

Continua após a publicidade

Infere-se então que o fisiológico Centrão, agora com 160 deputados, não terá tanta força de voto no centro da pirâmide e nos centrinhos pelo país. A nova ordem tira a força de negociatas que tratam de quarentenas para juízes. No caso, enxerga-se uma quarentena de 8 anos para uma eventual candidatura do juiz Sérgio Moro à Presidência da República. Ora, o eleitor que decida.

Se o Centrão formar ao lado do presidente, o governo ganhará desenvoltura no Congresso para evitar fantasmas que o assombram? A certeza é: precisará redobrar esforços para afastar horizontes sombrios que ameaçam a elevação do Brasil no concerto das Nações.

 

Gaudêncio Torquato é jornalista, professor titular da USP e consultor político

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

OFERTA RELÂMPAGO

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 2,99/mês*

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada edição sai por menos de R$ 9)
A partir de 35,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
Ofertas exclusivas para assinatura Anual.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.