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O deputado Jair Bolsonaro reinava solitário no seu discurso paranoico da segurança, mas Temer decidiu tirar uma casquinha

Por José Paulo Cavalcanti Filho
Atualizado em 30 jul 2020, 20h32 - Publicado em 16 mar 2018, 15h00

O deputado Jair Bolsonaro reinava solitário no seu discurso paranoico da segurança über alles. Só para ganhar votos, claro. E tanto sucesso fez, entre eleitores amedrontados, que Temer decidiu tirar uma casquinha. Logo trocando (infelizmente) a pauta correta, da Previdência, por uma intervenção mal-assombrada no Rio. Em busca de prestígio, na opinião pública. Mas tudo em vão, segundo penso. Pau que nasce torto… Bolsonaro, em sua filiação ao PSL, deu troco. E radicalizou. Prometeu perseguir “vagabundos” e “marginais”. Se pôs em defesa da “família brasileira”. Denominou sua tropa de “bancada da metralhadora”. E há prenúncios de que deseja um vice evangélico, Magno Malta, apresentado aos seus sob um coro de Glória a Deus. Passando a se nomear, perante os eleitores, por seu nome completo – “Eu sou Jair Messias Bolsonaro”. Messias, como se fosse o próprio Jesus.

Ao ver tanto barulho Carlos Marun, cão de guarda planaltino, foi às televisões garantir que a pauta da segurança é de Temer. Confusão grande. Marun é mesmo pau para toda obra. Nessa terça, por exemplo, decidiu se licenciar do cargo de ministro para poder requerer o impeachment do Ministro Barroso. Até seria boa ideia. Caso fosse para casa. O Brasil ganharia. Mas por quê tudo isso? Por uma razão simples. No indulto de Natal o Presidente, seu dono e senhor, livrou a barra dos condenados por corrupção. Beneficiando velhos parceiros. Reduziu penas. E cancelou multas. Usando palavras de Carlos Ayres Britto (em O Globo), “um convite à reincidência”. Perdão, presidente Temer, mas literalmente se trata de uma indecência. O senhor deveria ter vergonha. É muita cara de pau. Barroso julgou inconstitucional essas benesses, ainda bem. Mas, para as elites de Brasília, trata-se de um pecado grande. Por atingir seus interesses. E Marun quer sangue. Marun começa com M de morcego.

Voltando à pauta da segurança, fica-se sem saber apenas quem seria seu verdadeiro autor. Mas penso que nossos políticos não estão muito interessados nisso. Desejam apenas os benefícios. Lembro quando Millôr nos contou que, alta madrugada, estavam na mesa de um bar só ele e Nelson Rodrigues. Millôr (assim jurou) disse, no meio da conversa, “Dinheiro compra tudo, até amor sincero”. E Nelson respondeu: “Gostei, vou pôr na minha crônica de amanhã”. Millôr reagiu: “Mas a frase é minha”. Nelson: “Frases, como os passarinhos, são de quem pegar primeiro”. Resultado, no dia seguinte a mesma frase estava nas duas colunas. Na de Millôr. E na de Nelson. E estão, hoje, em seus Livros de Frases.

Esse passarinho da segurança, pelo que se vê, não vai ficar só com os dois atores atuais. Ainda vai passar por muitas outras mãos. Se é bom para as campanhas, se o eleitor quer isso, vai ter muitos defensores. Bom ou ruim?, para o Brasil. Para essa gente, importa pouco. Estão mais preocupados é com seus umbigos. O que nos remete a Shakespeare (em Macbeth), a “Segurança é o maior inimigo dos chefes mortais”.

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Em Olinda, todo carnaval, está nas ruas o bloco Eu acho é pouco. No carnaval de outubro, em Brasília, quem não quiser entrar nesse cordão pode escolher muitos outros: A Cobra Fumando, Alvará de Soltura, Assim é Foda Meritíssimo, Cagão Misterioso, Cata-Corno na Folia, Enquanto isso na Sala de Justiça, Espalha Merda, Formiga sabe que Roça Come, Imprensa que Entra, Nóis Sofre mas nóis Goza, O Camburão, Esfola ou Arrebenta, Que Merda é Essa?, Quem for Corno me Acompanhe. Sem contar meu preferido, e bem adequado para essa gente, o Clube dos Cafajestes.

José Paulo Cavalcanti Filho. jp@jpc.com.br 

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