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Biden dispara: ponto forte é vacinação; fraco, imigração em massa

Pesquisa dá 63% de aprovação ao presidente, um avanço notável, mas mostra também vulnerabilidade no mais espinhoso dos problemas

Por Vilma Gryzinski 12 Maio 2021, 08h35

Já dá para soltar foguetes na Casa Branca: a aprovação ao presidente Joe Biden, que ficava na faixa dos 50% e alguma coisa, deu um salto e bateu em 63%.

Talvez mais importante ainda é que o público apoia maciçamente a forma como ele está conduzindo a pandemia: 71% de aprovação, incluindo 47% dos republicanos (no índice geral, só 22% do eleitorado agora na oposição dá o sinal verde ao presidente democrata).

O ponto fraco é o quase intratável problema da imigração clandestina em massa, que talvez nem possa mais ser chamada de clandestina por ocorrer à luz do dia e à frente da polícia fronteiriça, sem disfarces.

Segundo a pesquisa da AP, 43% aprovam o modo como o presidente está conduzindo a questão e 54% desaprovam. Outra pesquisa, Harvard-Harris, voltada especificamente para a imigração, mostra que 85% dos americanos querem fronteiras bem controladas – exatamente o tema que propulsionou a eleição de Donald Trump em 2016.

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Biden mantém um índice alto de simpatia da opinião pública nessa questão, que nenhum presidente das últimas décadas conseguiu resolver, e 53% dos pesquisados disseram que ele busca uma forma mais humanitária de tratar do problema.

Outros problemas – provavelmente do tipo que muitos governantes gostariam de ter. A dinheirama que está sendo ou vai ser derramada no mercado cria a perspectiva de inflação e de falta de matérias primas. 

Além de mais uma escassez do tipo inflacionária: a de mão de obra. Com os cheques emergenciais caindo na conta todo mês, muita gente prefere ficar em casa a procurar trabalho – um problema conhecido inclusive, apesar das diferenças de nível, no Brasil.

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O indicativo mais forte disso foi um baixíssimo índice de pessoas que começaram em novos empregos em abril: 266 mil, contra uma previsão de até dois milhões. Ao todo, são contabilizados 7,4 milhões de postos de trabalho a ser preenchidos.

Um jeito de atrair a mão de obra no ócio remunerado é pagar mais, o tipo de recurso que as pequenas empresas não têm – e são elas a alma da economia nacional. A Federação Nacional de Empresas Independentes informa que 45% de seus membros estão com problemas para encontrar funcionários, o índice mais alto desde os anos setenta.

Outro jeito, bem mais complicado, é exigir que os beneficiados pelo salário desemprego aceitem propostas de trabalho que forem adequadas. Biden disse que instruiu o Departamento do Trabalho a checar se os beneficiados estão procurando emprego e, se encontrarem, vão aceitar a proposta. Só não disse como.

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O salário desemprego pode chegar a 1.200 dólares por mês. Um cálculo do Bank of America demonstrou que para um trabalhador com rendimento de até 32 mil dólares por ano antes da pandemia, é mais vantajoso ficar em casa do que encontrar outro emprego.

Todo mundo já sabe que, com os trilionários pacotes de ajuda emergencial e investimentos em infraestrutura e programas sociais, Biden quer emular ou até ultrapassar o New Deal de Franklin Roosevelt.

Problema: apesar do caráter transformativo do New Deal, o desemprego continuou alto nos Estados Unidos até depois da explosão da indústria bélica na II Guerra Mundial. Economistas mais liberais acham, inclusive, que os programas de Roosevelt atrasaram a recuperação econômica depois da Grande Depressão.

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“Replicar o New Deal é preparar o terreno para encrencas ou até tragédia. O único jeito de evitar esse resultado lamentável é negar ao governo a chance de substituir fatos por nostalgia”, escreveu no The Hill a colunista Amity Shlaes, obviamente de linha conservadora.

Uma economia aquecida, com aumento do PIB de 6,1% no primeiro trimestre, empregos sobrando e disputa para encontrar funcionários, parece um sonho para países empacados, patinando sempre para continuar no mesmo e desanimador lugar de crescimento anêmico.

O aumento da intervenção do governo na economia pode inspirar imitadores com muito menos bala na agulha do que os Estados Unidos.

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Geralmente, da turma que quer gastar mais, mas não pode ou não consegue – ou o faz com consequências desastrosas.

Alberto Fernández, condutor da periclitante situação da Argentina, encantou-se todo com o discurso de Biden ao Congresso, quando anunciou o último pacote trillionário, principalmente a parte em que ressalta o papel dos sindicatos.

“Juan Domingo Biden fez um apelo pela sindicalização como uma forma de promover os direitos sociais nos Estados Unidos”, elogiou o presidente argentino.

A comparação estranha entre Biden e Juan Domingo Perón não deve ser considerada uma praga. Mas não custaria Biden bater três vezes na madeira.

Com típica modéstia argentina, Fernández exaltou os pacotes de Biden e comparou: “Ele está promovendo o maior programa de emprego da história dos Estados Unidos. E como faz isso? Com mais recursos, mas da mesma maneira que nós: promovendo obras públicas”.

Toque-toque-toque.

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