O que se sabe sobre o 36º investigado da CPI
Blogueiro Allan dos Santos está colhendo o que plantou
O anúncio de que o blogueiro Allan dos Santos se tornou investigado na CPI da Covid é a consequência – já esperada – do que o dono do site Terça Livre vem fazendo nos últimos meses.
Allan está envolvido diretamente na organização de atos antidemocráticos e na disseminação de fake news, duas atitudes que potencializaram aglomerações e contribuíram para o aumento do número de casos e óbitos causados pelo coronavírus.
Através de páginas de redes sociais, grupos de WhatsApp e sites como o comandado por Allan dos Santos, foram difundidos falsos conceitos de combate à pandemia. Por esses canais, foi disseminada a prescrição de cloroquina, foi condenado o uso de máscaras e defendida a falsa tese da imunidade de rebanho. Os participantes desses grupos, incluindo Allan, conspiraram contra as vacinas e reproduziram mensagens chave do governo de Jair Bolsonaro.
Segundo um levantamento feito pela equipe que atua na CPI da Covid, o presidente da República propagou discurso negacionista e obscurantista em mais de 200 momentos no período de janeiro de 2020 a janeiro de 2021. É exatamente esse discurso que ganha espaço e é compartilhado por pessoas como Allan dos Santos.
Em 2020, um vídeo em que Allan aparece dançando e zombando do coronavírus ficou famoso na internet. Enquanto sorri, o blogueiro diz “corona é o c**lho”, desdenhando da gravidade da pandemia. Documentos recebidos pela CPI da Covid também mostram que Allan dos Santos recebeu ajuda de Eduardo Bolsonaro para conseguir recursos do empresário Luciano Hang, que prestou depoimento à comissão na última semana.
O comportamento de Allan e de vários outros bolsonaristas prejudica o país, dificultou o combate ao coronavírus e agrava uma situação que já é difícil. No Senado, a CPI está concluindo seu importante trabalho de descobrindo quem são as pessoas que têm contribuído para que o discurso negacionista de Bolsonaro seja espalhado pelo país.