Se o médico e ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, queria achar o fundo do poço. Desta vez ele encontrou. Ao sair da casa do embaixador do Brasil na ONU, o ministro da Saúde fez o conhecido gesto com o dedo indicador (duas vezes, uma com cada mão) para os manifestantes contrários ao governo Bolsonaro.
Era um grupo pequeno de manifestantes. Não há nenhum problema em protestar contra uma gestão, ainda mais a calamitosa que acontece na Saúde desde o início da pandemia. É assim na democracia.
Mas Queiroga quis ser mais bolsonarista que o próprio presidente Jair Bolsonaro e fazer o tal gesto. Isso o desqualifica totalmente para o cargo que exerce. Tira qualquer respeito que alguém poderia ter para com o então respeitado cardiologista Queiroga.
O ministro da Saúde vem piorando nos últimos dias. Primeiro, com a questão da vacinação dos adolescentes, e agora, com esse gesto obsceno para um grupo pequenos de manifestantes – e que tinha o direito de estar lá, e de se manifestar.
A cena parece daqueles moleques em ônibus escolares. Queiroga levanta e dá o dedo. Para o povo brasileiro, na verdade. Uma coisa totalmente desqualificadora de um ministro fazer em meio à pior pandemia do século. Se Queiroga queria encontrar o fundo do poço, agora encontrou. Daqui em diante, nem se continuar cavando.
PS – Ainda bem que esta coluna pediu sua saída há 21 dias.