O ataque orquestrado dos Bolsonaros contra Lula
O atual presidente sabe que o petista é o que mais o ameaça em 2022, e vai insistir na narrativa “nós somos melhor que o PT”

No final da semana passada, o país testemunhou um ataque orquestrado dos Bolsonaros contra o ex-presidente Lula. O primeiro ataque veio do presidente Jair Bolsonaro, horas depois se seguiu com o filho Zero Um, senador Flávio Bolsonaro.
O presidente tentou colocar Lula numa trama em que envolvia ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), o voto impresso e as eleições de 2022.
“Tiraram o cara da cadeia, tornaram elegível para ser presidente na fraude. E a fraude é com esse sistema de votação que está aí. Então você pode ver as articulações para que não haja o voto impresso”, afirmou Jair Bolsonaro. “Isso não vai acontecer”, declarou.
Depois do novo ataque à lisura da democracia brasileira, Flávio Bolsonaro pediu a palavra na CPI da Covid-19, durante o depoimento do policial militar Luiz Paulo Dominguetti, para tentar desacreditar as investigações que avançam contra o Governo Bolsonaro.
“Senhor Dominguetti, o senhor já percebeu a tentativa desenfreada, alucinada, de alguns membros da CPI de tentar colocar Bolsonaro na mesma prateleira de Lula no quesito corrupção“, afirmou o Zero Um.
Uma declaração complementa a outra. Os Bolsonaros mantêm a estratégia de comunicação: o PT é pior que nós. E se Lula vencer, será fraude porque o sistema eleitoral não é confiável – o mesmo que o elegeu em 2018.
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E daqui para diante será isso: Bolsonaro sabe que o ex-presidente é o que mais o ameaça em 2022. Apesar de, nesse momento, o presidente estar às voltas com a dificuldade de explicar seus próprios atos e suas omissões na política de combate à pandemia.