Cai a Direção do Arquivo Nacional do governo Bolsonaro
Fato ocorre 20 dias após denúncia de VEJA sobre a tentativa de esconder trabalhos da ditadura
A direção do Arquivo Nacional caiu. A diretora Neide de Sordi anunciou o fato em reunião desta quarta-feira, 27, do Conarq, o Conselho Nacional de Arquivos. O órgão colegiado é vinculado ao Arquivo Nacional do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
“Eu também quero fazer uma comunicação. Essa é a minha última reunião do colegiado. Estou saindo da direção do Arquivo Nacional e do Conarq e eu quero agradecer a todos vocês, o acolhimento a colaboração e o processo que nos fez chegar até aqui”, afirmou.
Como a coluna revelou há 20 dias, a conduta do governo de Jair Bolsonaro de tentar esconder os fatos ocorridos durante a ditadura militar ganhava um novo capítulo.
Três escritores que venceram o prêmio Memórias Reveladas do Arquivo Nacional em 2017, com trabalhos sobre o período da ditadura, tentam até hoje ter suas obras publicadas pelo Arquivo Nacional.
Em carta escrita a esta coluna, Lucas Pedretti, Marco Pestana e Pedro Teixeirense denunciam a omissão do Arquivo Nacional em cumprir o edital da premiação de 2017 com a publicação dos trabalhos que venceram o projeto.
Segundo eles, a omissão do órgão tem a ver com o contexto de “franco enfraquecimento e desmonte” do prêmio Memórias Reveladas. Entenda a denúncia aqui.
De acordo com um integrante do Conselho do Arquivo Nacional, que conversou com a coluna sob a condição do anonimato, os funcionários de carreira pressionaram a direção do órgão após a reportagem.