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Alcolumbre fez o certo pelas razões erradas

Sabatina de André Mendonça é, de fato, um risco

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 24 nov 2021, 15h18

Depois de 134 dias segurando o nome de André Mendonça para a sabatina no Senado, Davi Alcolumbre finalmente marcou a data para que a indicação seja analisada pelos senadores. No próximo dia 30, o advogado “terrivelmente evangélico” terá seu nome avaliado pelos parlamentares e, se for aprovado, ocupará uma cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF).

Acontece que Alcolumbre fez certo ao tentar impedir a indicação de Mendonça, mas pelas razões erradas. De fato, é um equívoco o Senado “passar pano” na indisfarçável tentativa do governo de aparelhar o STF com a indicação de ministros que sejam submissos ao presidente Jair Bolsonaro.

Desde o início do atual governo, André Mendonça deu sinais contundentes de que vai obedecer às orientações do presidente. Além disso, Mendonça é Pastor e já deixou claro que sua religião é prioridade, embora ele insista em ocupar cargos nos quais a sua crença não deveria entrar em questão.

Quando era Ministro da Justiça, por exemplo, aceitou a elaboração de um dossiê sobre mais de 500 servidores públicos que seriam opositores do governo num claro alinhamento com a guerra travada por Bolsonaro contra aqueles que não concordam com seus pensamentos.

Na cerimônia de posse como Ministro da Justiça, Mendonça chegou a chamar Bolsonaro de profeta. “Presidente, Vossa Excelência tem sido há 30 anos um profeta no combate à criminalidade”, afirmou.

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Há poucos meses, durante uma reunião na Assembleia de Deus, Mendonça afirmou sua submissão aos bispos da igreja. “Vocês é quem são autoridades sobre mim. Eu sou um discípulo”, disse o advogado, esquecendo que, ao ocupar um cargo público, deve ser submisso unicamente à Constituição Federal.

Por esses e vários outros motivos, André Mendonça não deveria ser ministro do STF. Em um momento delicado como esse, no qual o presidente e seus seguidores já declararam guerra ao Judiciário, aprovar o nome de Mendonça para ocupar uma cadeira na mais alta corte do país é um risco para o Brasil.

Apesar dessas razões, Alcolumbre não segurou a sabatina por isso. Ele fez parte das distribuições das emendas de relator, se sentiu preterido e está cobrando a conta. Agora, foi vencido pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e vai ter que aceitar que a sabatina aconteça.

A definição da data é uma vitória para o governo, para Pacheco e, principalmente para Mendonça, que “devagar, devagarinho” parece estar mais perto do seu sonho profissional.

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