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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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O que Bolsonaro e Dilma têm em comum? A resposta é a taxa de desemprego

Taxa de 13,8% em maio-julho é a maior da série de dois dígitos, inaugurada pela petista; como ocorreu em 2016, área é calcanhar de Aquiles para o presidente

Por Da Redação Atualizado em 1 out 2020, 19h27 - Publicado em 1 out 2020, 19h16

A taxa de desemprego do trimestre de maio a julho deste ano – apontada na PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua, divulgada na quarta-feira, 30, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) -, de 13,8%, foi a maior da série histórica, iniciada em 2012, e uma má notícia para o presidente Jair Bolsonaro.

Na pesquisa CNI/Ibope, divulgada no último dia 24, Bolsonaro comemorou a sua aprovação recorde de “ótimo/bom” de 40%, mas certamente ficou preocupado com o que pareceu ser o seu calcanhar de Aquiles: as avaliações mais negativas sobre o seu governo recaíam sobre a área econômica. O combate ao desemprego, especificamente, era reprovado por 60% dos entrevistados, o terceiro mais mal avaliado, atrás apenas de política tributária (67%) e condução da taxa de juros (64%).

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A atual série histórica de taxa de dois dígitos no desemprego foi inaugurada por Dilma Roussef (PT), que no trimestre janeiro a março de 2016 atingiu o índice de 11,2%. Apesar de outros fatores, a preocupação com o desemprego era crescente no seu governo e, naquele mesmo mês de março, se tornou o segundo maior problema para o brasileiro, segundo pesquisa Datafolha (14%, atrás apenas de corrupção, com 37%). Dois meses depois, Dilma foi afastada pelo Congresso e nunca mais voltou ao cargo.

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Desde então, a taxa nunca mais saiu da casa de dois dígitos. Chegou a subir ainda mais na gestão de Michel Temer (MDB) para depois cair. Com Bolsonaro, subiu, caiu e agora volta a subir.

Os números da gestão atual foram impactados negativamente pelo novo coronavírus. O governo ensaia uma reação, tendo em vista o refluxo da pandemia e a volta, ainda que gradual, da maioria das atividades econômicas. Entre as apostas da equipe econômica para gerar emprego está uma desoneração ampla da folha de pagamento, que seria compensada pela criação de um tributo sobre operações financeiras, nos moldes da antiga CPMF. A ideia é que, com menos custos na contratação, o mercado de trabalho se movimente de forma mais sólida. O governo também tenta fazer avançar, com muita dificuldade, a criação de um programa de transferência de renda para amortizar o impacto do fim do pagamento do auxílio emergencial.

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