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A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho e Isabella Alonso Panho. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Governadores divergem de comitês científicos e adotam ações mais brandas

Do Sul ao Norte, políticos têm baixado decretos menos restritivos do que os propostos pelos conselhos formados por médicos e especialistas em saúde

Por Eduardo Gonçalves Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 26 fev 2021, 10h58 - Publicado em 24 fev 2021, 19h21

No início da pandemia em 2020, governadores do Sul ao Norte criaram comitês formados por médicos e cientistas para orientar as ações de combate à pandemia de Covid-19. Num contraponto ao discurso anticiência do presidente Jair Bolsonaro, os governadores sempre citaram os conselhos desses especialistas como exemplo de que eles se pautavam pela ciência.

Ocorre que agora, no início do ano 2 da pandemia, a impopularidade das medidas restritivas e o aprofundamento da crise econômica começaram a pesar mais na hora de os governadores tomarem as decisões. Os comitês científicos, por sua vez, passaram a recomendar ações mais severas para impedir a proliferação do vírus num momento em que o número de óbitos, infecções e internações hospitalares chegam ao mesmo patamar da fase crítica do ano passado em alguns lugares do país.

Restrição de horário em SP

Nesta quarta-feira, dia 24, o governador paulista João Doria anunciou o que chamou de “toque de restrição” para vetar aglomerações de “grande porte” das 23 às 5 horas da manhã no estado – ele frisou que não se trata de “lockdown” nem de “toque de recolher”. Na prática, a medida não muda muita coisa, pois o Plano São Paulo já prevê a restrição de funcionamento de bares e restaurantes a partir das 22 horas – segundo o discurso oficial, o foco é combater mais reuniões clandestinas com dezenas de pessoas. O anúncio foi uma forma de dar alguma satisfação às demandas do comitê formado no Palácio dos Bandeirantes para o combate da Covid-19. Alguns membros desse grupo, especialmente médicos e cientistas, eram a favor de medidas mais radicais de circulação de pessoas, mas foram votos vencidos nos debates que antecederam a nova determinação.

As divergências internas também ocorreram em outros estados. No Rio Grande do Sul, o comitê científico recomendou ao governador Eduardo Leite (PSDB) que suspendesse o sistema de cogestão, que permite que os prefeitos não sigam o sistema de bandeiras definido pelo estado. Exemplo: uma cidade enquadrada na bandeira preta (a mais restritiva) poderia adotar as medidas mais brandas previstas na bandeira vermelha. Pressionado pelos prefeitos e setores do comércio e serviços, Leite não seguiu essa orientação do comitê. Em contrapartida, ele anunciou, na última segunda-feira, 22, a restrição de circulação de pessoas e atividades a partir das 20 horas.

Coordenação do comitê científico

No Nordeste, o neurocientista Miguel Nicolelis deixou a coordenação do comitê científico do Consórcio da região nesta semana, conforme informações publicadas pelo jornal Folha de S. Paulo. Ele teria ficado contrariado pelo fato de os governos estaduais terem ignorado a recomendação de necessidade de lockdown em algumas localidades. Nas redes sociais, o médico se mostra um ferrenho defensor de medidas mais severas para conter a proliferação do vírus. “A equação brasileira é a seguinte: Ou o país entra num lockdown nacional imediatamente, ou não daremos conta de enterrar os nossos mortos em 2021”, escreveu ele em postagens feitas em janeiro e fevereiro.

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