Doria responde a Lula: ‘Prefiro ser um nada do que um ladrão’
Prefeito de São Paulo defende presença do petista nas eleições presidenciais de 2018: 'Perca no voto e siga para cumprir a sentença do juiz Sergio Moro'
O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), rebateu as críticas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e afirmou não ter medo dos ataques que tem recebido de lideranças petistas. “O Lula disse que o João Doria é um nada. Eu prefiro ser um nada do que um ladrão”, declarou o tucano em seu programa Olho no Olho, transmitido por seus perfis em redes sociais.
Na quinta-feira, Lula afirmou que Doria “por enquanto não é nada”. “É só o João Trabalhador [apelido que o tucano usa em suas ações de marketing] que não trabalha”. O prefeito rebateu as críticas citando a condenação a nove anos e seis meses de prisão que o juiz federal Sergio Moro proferiu contra o ex-presidente.
“Foi este nada, Lula, que venceu o seu candidato, Fernando Haddad, com 53% dos votos na capital de São Paulo. O nada agradece a sua manifestação, mas prefiro ser um nada livre do que um Luiz Inácio a caminho de Curitiba”, disse o tucano, citando a cidade que concentra a principal força-tarefa da Operação Lava Jato.
Lula falou sobre Doria no programa Na Sala do Zé, do canal Ultrajano, do jornalista José Trajano, no YouTube. Também participaram como entrevistadores outros dois jornalistas esportivos, Juca Kfouri e Antero Greco. O prefeito afirmou que Trajano e Kfouri são “eméritos petistas” que “devem até ter feito tatuagem do PT no peito”. Ele ainda chamou o ex-presidente de “Luiz Inácio Mentiroso da Silva”.
“Não tenho medo do Lula, do PT, de Gleisi Hoffmann [senadora pelo PT-PR], dessa gente que considero desqualificada, porque ajudaram a quase destruir o Brasil. Eles formulam ataques contra mim, e eu devolvo”, disse Doria.
Eleições 2018
O prefeito voltou a afirmar que Lula deveria ser autorizado a disputar as eleições presidenciais de 2018. Se for condenado em segunda instância, o petista será enquadrado na Lei da Ficha Limpa e ficará inelegível. “Prefiro que dispute e perca a eleição, será a única forma de não vitimizarmos esse cidadão e de não emularmos a imagem desse homem como um salvador da pátria aprisionado pelo juiz Sergio Moro. Dispute no voto, perca no voto e siga depois para cumprir a sentença do juiz Sergio Moro.”
Doria disse que não está pensando em ganhar votos com os ataques frequentes que faz ao PT. O tucano é citado como um dos possíveis presidenciáveis do PSDB para 2018. “Significa que tenho um passado limpo. Não tenho nenhum problema. Eu não recebi contribuição da Odebrecht nem da JBS”, disse.
O prefeito, que ao menos publicamente defende a candidatura do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), à Presidência, disse esperar que um “agente transformador” seja eleito como próximo presidente.
Nordeste
Ao responder a uma pergunta sobre a força política de Lula, especialmente no Nordeste, Doria admitiu que o ex-presidente ainda tem muito capital político naquela região do país. “Tenho que reconhecer. No Nordeste, esse discurso do Lula ainda tem ressonância. E tem pessoas que, por falta de instrução, informação e por ainda acreditarem no mito do Lula, ainda acham que ele pode ser uma boa solução para o Brasil”, declarou.
Veja a íntegra do programa postado por Doria em seu perfil no Facebook: