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“Midway – Batalha em Alto-Mar”: e lá vem bomba

Atulhado de computação gráfica e de atuações caricatas, filme do diretor de “Independence Day” é tão antiquado quanto a propaganda de guerra dos anos 40

Por Isabela Boscov 21 nov 2019, 19h30

Seis meses depois do bombardeio-surpresa com que os japoneses arrasaram a base americana de Pearl Harbor, no Havaí, na manhã até ali tranquila do domingo de 7 de dezembro de 1941, Estados Unidos e Japão se enfrentaram em uma das maiores batalhas da II Guerra Mundial. Ou, na verdade, uma das maiores batalhas navais de toda a história humana da guerra. Durante três dias, entre 4 e 7 de junho de 1942, os dois inimigos mobilizaram todas as suas forças disponíveis de ar e mar em uma operação incrivelmente complexa no minúsculo Atol de Midway, um grupo de pedregulhos que fica em pleno nada do Oceano Pacífico, a meio caminho entre a América do Norte e a Ásia. Era para os japoneses de novo pegarem os americanos de surpresa – mas, se a Inteligência militar americana falhou feio no caso de Pearl Harbor, aqui ela funcionou de maneira decisiva: quando os japoneses chegaram com seus quatro (!!!) porta-aviões, os americanos já estavam à espera com três dos seus. Incontáveis outras embarcações, bombardeiros e caças entraram na briga – que, afinal, terminou com uma quebra irreparável da frota japonesa. Tudo muito grandioso. Mas, se Christopher Nolan fez de outra operação dramática da II Guerra, a evacuação de Dunquerque, uma obra-prima como Dunkirk, neste caso o alemão Roland Emmerich faz um filme tão antiquado e ultrapassado que poderia ser uma daquelas velhas matinês de terceira linha com que o cinema americano estimulava o apoio popular para o esforço de guerra – exceto pelo fato de custar alguns milhares de vezes mais do que Hollywood então dispendia nessas aventuras patrióticas.

Midway - Batalha em Alto-Mar
Dennis Quaid como o almirante Frank Fletcher (Diamond/Divulgação)

Midway – Batalha em Alto-Mar começa com o ataque a Pearl Harbor e, se a impressão inicial é de ação impressionante e em grande escala, ela logo se desfaz: a computação gráfica é evidente e deixa tudo com cara de game. As atuações, além disso, são horrorosas – engessadas, exageradas, caricatas. Ninguém se salva. Nem Woody Harrelson como o almirante Chester Nimitz, que é uma verdadeira lenda da Marinha americana, nem Dennis Quaid como o almirante Frank Fletcher – outra lenda -, nem Aaron Eckhart como o general da Força Aérea Jimmy Doolittle, que liderou um bombardeio meio doido (mas bem-sucedido) às ilhas do Japão dois meses antes de Midway. Na verdade, a direção pesadona e o roteiro sofrível derrotam até o maravilhoso Tadanobu Asano (de Ichi, o Assassino e O Guerreiro Gengis Khan), que faz outro colosso, o almirante Tamon Yamaguchi, mas não recebe nenhuma outra tarefa além de parecer muito honrado e nipônico. E ninguém se sai tão mal quanto Ed Skrein (o primeiro Daario Naharis de Game of Thrones) como o piloto Dick Best – por azar, o personagem que conduz toda a história. É bomba para todo lado, enfim – mas nenhuma tão grande quanto o próprio filme.

Midway - Batalha em Alto-Mar
(Diamond/Divulgação)

Uma curiosidade: boa parte do dinheiro colocado na empreitada veio de produtores chineses, os quais, muito pragmáticos, concordaram que uma pendenga fosse deixada de lado e os japoneses não fossem apresentados tão-somente como vilões. Nessa altura, os dois países estavam engalfinhados: desde a década de 30 o Japão vinha conduzindo uma guerra brutal contra a China no próprio território dela, a qual incluiu ocupações forçadas e massacres em cidades como Xangai e Nanquim.

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Trailer

MIDWAY – BATALHA EM ALTO-MAR
(Midway)
Estados Unidos/China, 2019
Direção: Roland Emmerich
Com Ed Skrein, Woody Harrelson, Patrick Wilson, Dennis Quaid, Luke Evans, Mandy Moore, Etsushi Toyokawa, Tadanobu Asano, Aaron Eckhart, Nick Jonas, Jun Kunimura, Jake Weber
Distribuição: Diamond
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