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Felipe Moura Brasil

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Análises irreverentes dos fatos essenciais de política e cultura no Brasil e no resto do mundo, com base na regra de Lima Barreto: "Troça e simplesmente troça, para que tudo caia pelo ridículo".

O último a entregar Lula apague a luz da prisão

Fernando Bittar, Marcelo Odebrecht, Léo Pinheiro, Maria Lúcia, Mônica Moura, Bumlai...

Por Felipe Moura Brasil Atualizado em 4 jun 2024, 23h18 - Publicado em 8 mar 2016, 12h47

Lula está em apuros.

As notícias da imprensa sobre depoimentos e acordos de delação premiada de alvos da Lava Jato são promissoras nesta terça-feira.

Vamos resumi-las e comentá-las abaixo.

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1) Fernando Bittar entregou Lula por tabela.

O empresário afirmou à força-tarefa que a mulher de Lula, Marisa Letícia, coordenou parte das obras feitas no sítio de Atibaia a partir do fim de 2010 (quando o petista ainda estava no governo).

Bittar, um dos donos da propriedade no papel, ressaltou que Marisa é quem deveria esclarecer a autoria dos pagamentos das obras.

O suposto laranja “primeiro fez um projeto com uma arquiteta da confiança dele, mas Marisa não gostou. Aí foi feito um segundo projeto por um engenheiro da OAS que a agradou”, relatou o advogado de Bittar, Alberto Toron.

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“Ele sempre dizia para o engenheiro da OAS: ‘Me apresenta a conta’. Mas o engenheiro respondia: ‘Não, pode deixar, pode deixar’”, completou.

Procuradores investigam se OAS e Odebrecht e o pecuarista José Carlos Bumlai favoreceram ilegalmente o ex-presidente por meio do pagamento de obras e melhorias para o sítio.

“Pode deixar” indica que sim.

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Pergunta pra Dama

2) Léo Pinheiro, da OAS, e Marcelo Odebrecht já negociam acordo de delação.

Os empresários que comandavam duas das maiores empreiteiras do petrolão estão fechando um acordo entre eles para, em seguida, começar a negociar colaboração premiada com a força-tarefa do Ministério Público Federal.

Eles poderão esclarecer as relações entre os dois grupos e Lula nas reformas do sítio de Atibaia e do tríplex do Guarujá. Isto, claro, se não combinarem uma versão para blindar o petista.

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Marcelo Odebrecht está prestes a receber sentença do juiz Sérgio Moro no processo em que é acusado de envolvimento em organização criminosa, corrupção e lavagem de dinheiro.

(* Atualização: enquanto escrevia este post, saiu a notícia de que ele foi condenado a 19 anos e 4 meses de prisão.)

Léo Pinheiro, que está em prisão domiciliar e já foi condenado a 16 anos de cadeia, voltará à prisão em regime fechado se a condenação for confirmada pelo TRF da 4ª Região, já que o STF determinou cumprimento de pena a partir da ratificação em 2ª instância.

É urgente, portanto, que colaborem com a Justiça. Para eles e (embora não lhes interesse) para o país.

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Léo Pinheiro e Marcelo Odebrecht

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Dilma Rousseff e Jaques Wagner com Marcelo Odebrecht (ao fundo, à direita) e Léo Pinheiro (de barba branca), além de Graça Foster, Ricardo Pessoa e outros: só alegria

3) Secretária da Odebrecht também negocia delação.

Maria Lúcia Tavares pode esclarecer os pagamentos feitos pela empreiteira ao marqueteiro do PT João Santana, responsável pelas campanhas eleitorais de Lula e Dilma.

A secretária, lotada na sede da empresa em Salvador (BA), era quem guardava as planilhas de contabilidade dos “acarajés”, codinome que a força-tarefa atribui ao pagamento de propina e que Maria Lúcia, inicialmente, tentou alegar serem só porções de comida baiana.

O embuste caiu.

As planilhas indicavam pagamentos a “Feira” – apelido dado ao marqueteiro e à mulher dele, Monica Moura, que estão presos.

Mas há um elemento ainda mais pitoresco nessa história: o drible na Odebrecht.

Um integrante da Polícia Federal afirmou à Folha que a saída de Maria Lúcia por uma porta discreta da sede da PF em Curitiba era parte da colaboração entre a secretária e os investigadores.

“No mesmo dia que Maria Lúcia ganhou a liberdade, uma reunião foi convocada às pressas por advogados da Odebrecht para debater a delação da secretária, negociada fora do controle da empreiteira”, porque, segundo avaliação de um deles, “os responsáveis pela defesa não souberam dar o suporte necessário à funcionária”.

Olé!

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4) A mulher de João Santana também negocia delação.

Mônica Moura “iniciou negociações com os procuradores em Curitiba para uma delação premiada”, segundo Lauro Jardim.

O Painel da Folha havia informado:

“Investigadores da Lava Jato são céticos quanto à delação de João Santana. Mas apostam na colaboração da mulher Mônica Moura. Dizem que aquele sorriso debochado que estampou ao chegar em Curitiba já não existe mais. ‘A crista baixou muito’, dizem na carceragem.”

É hora de baixar a crista do “chefe” também.

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Quem ri por último…

5) José Carlos Bumlai também negocia delação.

O amigão do Lula se reuniu com procuradores há duas semanas para discutir o assunto.

Ele pode esclarecer, entre outras coisas, seu envolvimento nas reformas do sítio de Atibaia; sua suposta intermediação junto a Lula para a contratação da OSX pela Sete Brasil; e se Lula tinha conhecimento e deu aprovação à contratação, sem licitação, do Grupo Schahin para operação de navio-sonda da Petrobras.

Em troca, Bumlai fez um empréstimo de 12 milhões de reais no banco Schahin e que, conforme ele já confessou, foi destinado ao financiamento de caixa dois do PT.

Diga, Bumlai: quem era o chefe da quadrilha?

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Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

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